China retoma importação de carne bovina do Brasil

Casos atípicos do "mal da vaca louca" haviam motivado suspensão de embarques

Por Cruzeiro do Sul

Embargo chinês durou mais do que o previsto inicialmente.

A Administração-Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês) anunciou ontem que liberou a importação de carne bovina do Brasil. Em nota, o Ministério da Agricultura brasileiro informou que a certificação do produto e os embarques foram retomados ainda ontem.

No início de setembro, o Brasil suspendeu voluntariamente os embarques para os chineses, por causa de dois casos atípicos do “mal da vaca louca”, identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). A suspensão seguiu o protocolo sanitário que consta no acordo comercial entre os dois países. No entanto, a carne que já estava nos portos em direção à Ásia continuou a ser exportada, até parte dela ser barrada pela alfândega chinesa.

O protocolo sanitário prevê a normalidade das negociações após investigação dos casos por um laboratório internacional, como foi feito pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) no Canadá.

O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina para a China, atendendo cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas.

No mês passado, a Gacc anunciou que aceitaria pedidos de importação de carne bovina brasileira que tivessem certificado sanitário anterior a 4 de setembro, ou seja, antes do embargo voluntário do Brasil.

Os governos dos dois países estavam em negociações para resolver o assunto, uma vez que o embargo reduziu praticamente pela metade os embarques do Brasil. As importações de carne bovina da China aumentaram nos últimos anos, devido à crescente demanda pelo produto por uma classe média cada vez mais abastada no país asiático.

Minerva

A Minerva, líder na América do Sul na exportação de carne bovina, informou, por meio de comunicado ao mercado, que a retomada das operações de abate e produção de carne bovina dedicada ao mercado chinês tem início imediato. “Considerando as nossas plantas estrategicamente diversificadas na América do Sul, nossa exposição para o mercado chinês alcança sete unidades produtivas com capacidade de abate de aproximadamente 10 mil cabeças de gado/dia, sendo três plantas no Brasil, três plantas no Uruguai e uma planta na Argentina”, disse a companhia. (Estadão Conteúdo)