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Economia

Cautela com Ômicron e risco fiscal derrubam Bolsa

21 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: SUAMY BEYDOUN / AGIF / ARQUIVO ESTADÃO CONTEÚDO)

Uma onda de aversão global ao risco, em meio a temores de que o avanço da variante Ômicron do coronavírus abale a economia global, varreu os mercados acionários mundo afora na sessão de ontem, levando de roldão o Ibovespa. Em Nova York, também pesou sobre o sentimento dos investidores a possibilidade de malogro do plano de investimentos do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após o senador democrata Joe Manchin anunciar voto contrário ao projeto.

Analistas destacam que as dúvidas sobre eventual desaceleração da atividade em todo o mundo diante das restrições impostas para conter disseminação da Ômicron, em especial na Europa, vem exatamente após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e outros bancos de países desenvolvidos alardearem que vão reduzir estímulos monetários para tentar segurar a inflação. Na prática, isso significa provável diminuição da liquidez e, por tabela, de combustível para os ativos de risco.

“Temos uma aversão global ao risco com o avanço da Ômicron na Europa e nos Estados Unidos e isso causa muita apreensão. A Holanda anunciou lockdown. Já que é uma semana sem muita liquidez, investidores preferem ir para ativos mais seguros”, diz Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos. “Essa variante Ômicron não se mostra letal como as outras, mas muito transmissível. Preocupa até quando as medidas de restrição da circulação vão durar, porque isso prejudica a economia”, afirma o economista da Valor Investimentos, Davi Lelis.

No Brasil, além de pressões para reajuste do funcionalismo público, há rumores de que o Centrão estaria tentando elevar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 -- em um prenúncio de mais tentativas de aumento das benesses sociais com vistas às eleições de 2022.

O Ibovespa encerrou o dia em baixa de 2,03%, aos 105.019,78 pontos. Apesar do tombo nesta segunda-feira, o índice ainda acumula alta de 3,05% em dezembro. Em 2021, contudo, o índice ainda amarga perdas de dois dígitos (-11,76%).

Dólar

O comportamento do mercado de câmbio nesta segunda-feira espelhou a busca por proteção com demanda alta pela moeda à vista em dia de negociação e véspera de votação do Orçamento de 2022, além de aspectos mais preocupantes no exterior por conta da variante Ômicron e seus impactos nas economias globais. A moeda encerrou o dia a R$ 5,7431, em alta de 1,02%.