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Economia

Guedes fala em desaceleração para 2022

"Volta em V" da atividade econômica brasileira foi concluída, repetiu ontem o ministro da Economia

17 de Dezembro de 2021 às 00:01
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Paulo Guedes enfatizou combate ao crescimento da inflação.
Paulo Guedes enfatizou combate ao crescimento da inflação. (Crédito: EVARISTO SÁ / ARQUIVO AFP (4/11/2021))

O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu ontem que a “volta em V” da atividade econômica brasileira já foi concluída. Ele reconheceu que haverá uma desaceleração do crescimento do PIB em 2022.

“Agora há previsões de que não vai haver crescimento, que vai haver recessão porque estamos combatendo a inflação. Os economistas sabem que quando faz combate a inflação e sobe juros, há desaceleração econômica, um desaquecimento. Isso esvazia essa recuperação cíclica que estávamos desfrutando. Mas nós já estamos em pé, essa é a volta em V, esse episódio se completou”, afirmou Guedes, em coletiva sobre o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

Ele lembrou que o programa já contratou R$ 822,3 bilhões em investimentos desde 2019. “Só neste ano, nós temos investimentos contratados de R$ 334 bilhões e para 2022 são mais 153 ativos, num total de R$ 389,3 bilhões”, elencou. “Nossa taxa de investimento está chegando ao ponto mais alto desde 2013, a 19,5% do PIB”, repetiu.

O Banco Central revisou a projeção da inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2021, passando de 8,5% em setembro para 10,2% agora, considerando a taxa de juros (Selic) em 9,25% ao ano e o câmbio partindo de R$ 5,65. A informação está no Relatório de Inflação divulgado ontem.

Nesse cenário, a inflação ficará acima da meta que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior, 5,25%. Para 2022, a projeção de inflação é de 4,7% e, para 2023, de 3,2%.

Variante

A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do BC, Fernanda Guardado, avaliou ontem que a despeito do avanço da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, a variante Ômicron -- que já tem levado a um aumento de casos na Europa -- é uma fonte de preocupação à frente.

Em evento virtual promovido pelo UBS Investment Bank NY, ela destacou a mudança na dinâmica de consumo durante a pandemia com a substituição da demanda de serviços por bens.

A diretora citou o aumento dos preços das commodities de energia desde ao ano passado. “Os preços de energia tem sido uma significativa fonte de inflação em países emergentes e desenvolvidos”, observou Fernanda. (Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Redação)