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Economia

Paulo Guedes defende a ampliação de gasto social

24 de Novembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Ministro negou que sofre pressões da Câmara e Senado.
Ministro negou que sofre pressões da Câmara e Senado. (Crédito: ANTONIO CRUZ / AGÊNCIA BRASIL / ARQUIVO)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu ontem que é melhor ampliar um pouco os gastos sociais do que respeitar estritamente o teto de gastos. Guedes presta esclarecimentos a duas comissões da Câmara dos Deputados sobre seus investimentos no exterior. “Eu perdi secretário da Receita, perdi gente que acha que tinha de ter sido respeitado estritamente o teto. Eu disse: é melhor fazer uma aterrissagem mais suave no fiscal, mas atender mais o social”, afirmou. “Eu tinha secretário do Tesouro que preferiu pedir demissão do que aumentar o valor do benefício de R$ 300 para R$ 400.”

Em audiência nas comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle, Guedes disse que a Economia não tem a última palavra no Brasil e que as mudanças no teto de gastos para garantir um aumento de gastos sociais fazem parte da democracia do País. “Todo mundo sabe que eu queria manter o teto”, afirmou.

Guedes se defendeu ainda da visão de que estaria sendo “descredenciado pelos economistas” por ceder às pressões da Câmara e do Senado e aceitar um déficit maior. “A Economia não tem a última palavra, a Economia luta até o final pelo que é correto tecnicamente”, disse Guedes, para quem não faria sentido pedir demissão do cargo uma vez que a prevalência da vontade política não viola a arquitetura fiscal.

“O déficit foi para 10,5% do PIB, voltou para 1,0% e iria ser zero em 2022. Em vez de ir para zero, fica em 1,0%. Por que? Porque o povo brasileiro estava com fome, e a política resolveu empurrar mais um pouco a fronteira fiscal. É isso que eu me limito a fazer”, afirmou o ministro.

Mercado financeiro

Guedes disse ainda a deputados que mantém apenas conversas raras e em ocasiões públicas com membros do mercado financeiro. Ele negou ter qualquer proximidade com o BTG Pactual e disse ter se dissociado completamente do banco. Notou que, durante a pandemia, a Economia deixou de chamar o BTG para diálogos sobre temas como crédito agrícola para evitar qualquer tipo de “conversa cruzada”. (Estadão Conteúdo)