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Economia

Livraria Cultura cria serviço de assinatura

17 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Empresa tem problemas financeiros e tenta se recuperação.
Empresa tem problemas financeiros e tenta se recuperação. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Desde 2015, quando começou a ter problemas financeiros, a Livraria Cultura vem tentando de tudo para sobreviver. Chegou a assumir a operação da Fnac -- recebendo R$ 130 milhões no processo --, comprou e vendeu o site Estante Virtual, entrou em recuperação judicial, fechou lojas e renegociou disputas com editoras. Em recuperação judicial há três anos, a companhia começava a colocar a cabeça fora d’água em 2020, quando recebeu o dinheiro da venda da Estante Virtual. No entanto, 15 dias depois veio a pandemia, e a empresa se viu mais uma vez em dificuldades.

Resultado: o plano de recuperação judicial, tocado pelo escritório Felsberg & Associados, teve de ser refeito -- um novo acordo foi fechado em junho de 2021. Depois de retomar as atividades, em julho último, o presidente da Cultura, Sergio Herz, diz que o negócio parece ter encontrado, enfim, um novo modelo para operar no azul -- apesar do grande crescimento de gigantes como a Amazon na pandemia.
Entre as apostas da rede para essa nova fase estão o redimensionamento das lojas, a implantação de um sistema que garante o pagamento aos fornecedores no momento da venda do livro e a aposta em um clube de assinaturas de R$ 14,90 por mês.

A partir de novembro, a nova “cara” das lojas da Cultura vai ficar mais evidente, diz o presidente da empresa, com a reinauguração da unidade do Shopping Market Place, em São Paulo. Serão lojas menores, mas que terão um caráter de serviço: a ideia é ajudar o cliente a encontrar o livro que ele busca, evitando a perda da venda por limitações de estoque.

O total de unidades -- que chegou a 15, em 2015 -- foi reduzido a cinco. Sobraram três em São Paulo (Conjunto Nacional, Market Place e Iguatemi), uma em Porto Alegre e outra em Recife. No processo de reestruturação, a Cultura saiu de Curitiba, Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro.

O clube de assinaturas é outra aposta de Herz. O Cultura Pass permite que o cliente leve qualquer livro pagando R$ 14,90 por mês. Se devolver a obra em 30 dias, pode pegar outra. Caso não retorne o livro, o membro paga pelo item com 20% de desconto. A empresa também criou uma operação de livros usados, o Sebo Cultura. “Queremos os livros que estão parados nas estantes das pessoas”, diz Herz. (Estadão Conteúdo)