Assessores de Sóstenes e Jordy faziam desvios, diz PF
Investigação aponta uso irregular de cotas parlamentares; deputados negam
A investigação da Polícia Federal que mirou dois deputados federais do PL, Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, apontou movimentações financeiras atípicas em valores milionários de assessores, que atingiram cerca de R$ 18 milhões.
Um assessor do deputado Sóstenes movimentou R$ 11 milhões em débitos e R$ 11 milhões em créditos e seria um dos responsáveis por operar os desvios de recursos da cota parlamentar.
Essas transações financeiras foram do assessor Adailton Oliveira dos Santos, que já esteve lotado no gabinete de Sóstenes e depois foi vinculado à liderança do PL, função atualmente exercida pelo deputado na Câmara. A defesa dele ainda não se manifestou.
Na operação realizada ontem (19), a PF apreendeu R$ 430 mil em um endereço de Sóstenes em Brasília.
A PF também apontou que um assessor de Carlos Jordy movimentou R$ 5,9 milhões em créditos e o mesmo volume em débitos, valores também considerados incompatíveis com sua capacidade econômica.
Os desvios de recursos ocorriam, de acordo com a investigação, por meio de pagamentos a uma locadora de veículos. Para a PF, essa empresa era uma fachada com o objetivo de devolução de dinheiro pago por meio da cota parlamentar.
Defesa
Sóstenes negou irregularidades e afirmou que a investigação é uma perseguição “contra a direita” para criar uma “cortina de fumaça” contra eventuais escândalos do governo Lula.
O deputado disse que os R$ 430 mil em espécie encontrados em sua casa é dinheiro lícito da venda de um imóvel e que não há nada de errado em relação à empresa que presta locação de carros ao seu gabinete, um dos focos de suspeitas da PF.
Jordy afirmou em uma rede social que fez pagamentos à empresa suspeita de desvios com o objetivo de aluguel de carros desde o início do seu mandato e classificou a ação de “pesca probatória”. (Estadão Conteúdo)