Quadrilha enviava ‘cogumelo mágico’ para todo o Brasil
Droga encomendada era mandada aos endereços em embalagens discretas
A Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão às Drogas, deflagrou ontem (4) uma operação para desarticular uma rede criminosa responsável pela produção, comercialização e distribuição para diversos Estados brasileiros da droga psilocibina, uma substância psicodélica natural encontrada em diversas espécies de cogumelos, conhecida como “cogumelo mágico”. No Brasil, a psilocibina é classificada como substância proibida, tornando seu cultivo, comercialização e distribuição atividades ilegais sujeitas a sanções.
Durante a Operação Psicose, foram realizadas 20 buscas e apreensões, nove mandados de prisão, bloqueio de contas e ativos financeiros dos investigados, além de suspensão de websites e perfis em redes sociais usados pelo grupo. Os mandados foram cumpridos em Brasília (DF), Curitiba (PR), Joinville (SC), São Paulo (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES), visando locais de produção, armazenamento e distribuição da droga.
“Foram localizados locais de cultivo em larga escala, apreendidos equipamentos e veículos e identificadas colaborações ilícitas de agentes públicos que favoreciam a continuidade das atividades criminosas”, informou a polícia.
A investigação permitiu estimar em R$ 26 milhões o valor total do faturamento gerado pela rede criminosa de distribuição de cogumelos alucinógenos entre 2024 e 2025.
Páginas no Instagram eram utilizadas para atrair interessados, que eram direcionados para sites e grupos de aplicativos de mensagens, onde ocorriam as negociações. Procurada, a Meta, dona do Instagram, disse que a empresa não irá comentar o assunto.
As drogas eram enviadas pelos Correios e por empresas de logística em um esquema semelhante ao dropshipping, modelo em que pedidos feitos a uma empresa eram enviados por outra, o que acaba dificultando a fiscalização e também o rastreamento. Ainda conforme a investigação, o envio era realizado por serviços de encomenda expressa e discretos, com embalagens que não revelavam o conteúdo, reduzindo o risco de detecção durante o transporte. (Estadão Conteúdo)