Marco Rubio classifica Moraes como ‘ator estrangeiro maligno’

Por Cruzeiro do Sul

Ministro recebeu sanções dos EUA por meio da Lei Magnitsky

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse ontem (30) que as togas dos ministros brasileiros do Supremo Tribunal Federal (STF) “não podem protegê-los”. Segundo ele, as sanções impostas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, devem servir como um alerta às autoridades brasileiras.

Em publicação no X, Rubio disse que a punição ao ministro brasileiro se deve a “graves violações de direitos humanos”. “Que isso sirva de aviso para aqueles que pisoteiam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los”, escreveu na rede.

O Departamento de Estado americano, responsável pelas relações internacionais do país, também emitiu uma nota sobre o tema. O órgão comandado por Rubio classificou Moraes como um “ator estrangeiro maligno”, que ameaça a liberdade de expressão de empresas e cidadãos americanos.

Mais cedo, o governo de Donald Trump puniu Alexandre de Moraes com a Lei Magnitsky. A decisão do governo norte-americano bloqueia as contas bancárias, restringe seu acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos e trava o acesso a eventuais bens que o ministro tenha em solo norte-americano, além de proibir a sua entrada no país. O seu visto e de outros oito membros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, já tinham sido suspensos por ordem de Trump na semana passada.

A decisão de Trump está lastreada no pedido apresentado pela organização Legal Help 4 You LLC à Justiça Federal da Flórida por punições aos membros da Suprema Corte brasileira. A entidade atua como amicus curiae (amigo da Corte) no processo judicial movido pelas empresas Trump Media, cujo dono é o presidente dos EUA, e Rumble.

O anúncio de sanções da Lei Magnitsky contra Moraes repercutiu nas redes sociais de autoridades. Enquanto políticos ligados ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa do magistrado, a oposição celebrou a punição.

O líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), chamou as sanções de “conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil”. “Isso não é apenas uma afronta a um ministro do Supremo — é um ataque direto à democracia brasileira e à nossa soberania nacional!”, disse o petista.

A deputada federal Carol de Toni (PL-SC) afirmou que a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes “é a resposta internacional aos abusos, à censura e à perseguição política que o Brasil vive”.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as sanções impostas a Moraes para pedir novamente que o Congresso Nacional aprove uma anistia “ampla, geral e irrestrita” — a qual beneficiaria, portanto, seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o parlamentar, a anistia é “urgente para restaurar a paz”. (Estadão Conteúdo)