Geral
Brasil vive contraste no clima entre regiões Norte e Sul
Efeitos de El Niño devem se manter até o fim deste ano, prevê o Inmet
Nas últimas semanas, muitos brasileiros viram os termômetros das cidades atingirem marcas recordes acima de 40ºC por causa de uma onda de calor escaldante. No Rio Grande do Sul, temporais inundaram centenas de municípios. O Amazonas pede por água diante de uma das secas mais severas.
Afinal, por que cada região do País está enfrentando situações climáticas diferentes? O que está acontecendo é explicado pelos efeitos do El Niño. O fenômeno ocorre quando as águas do Pacífico, próximas à linha do Equador, passam por um aquecimento acima do normal por um período de no mínimo seis meses. Ele altera a formação de chuvas, a circulação dos ventos e a temperatura e impacta de forma diferente as regiões da América do Sul, consequentemente do Brasil, como informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Um dos efeitos de El Niño é o aumento de chuvas no sul do País. Isso porque há uma grande circulação de ventos, que acaba interferindo no movimento de outros ventos, impedindo o avanço de frentes frias pelo território brasileiro. Com isso, as frentes ficam estacionadas por mais tempo na região Sul, diz o Inmet.
Um boletim, divulgado neste mês, revela que as chuvas no Rio Grande do Sul chegaram a aproximadamente 450 milímetros, de 1º a 19 de setembro, quando a média histórica no Estado varia de 70 mm a 150 mm. Para outubro, novembro e dezembro, a tendência de chuvas acima do normal na região permanece.
“Nos primeiros 19 dias de setembro, a precipitação acumulada está acima da média em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, nos demais Estados do País, há um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm abaixo da média histórica na região Norte”, diz o relatório produzido pelo Inmet, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad).
Em razão dos fortes temporais, o lago Guaíba, em Porto Alegre, subiu mais de 3 metros e transbordou, alagando ruas e avenidas. A prefeitura precisou fechar comportas e reforçar a contenção das águas com sacos de areia.
Enquanto o Sul enfrenta enchentes, Estados do Norte sofrem com a estiagem. No Amazonas, a capital, Manaus, decretou na quinta-feira (28) situação de emergência em razão da seca do rio Negro, que está em 16,11 metros, nível mais baixo para o período. Já são 17 municípios amazonenses em alerta por causa da estiagem. (Agência Brasil e Redação)