Novo Ensino Médio
Lula diz que haverá debates com o setor
Durante café da manhã com jornalistas, ontem (6) em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a reforma do novo Ensino Médio no País foi suspensa para que haja uma discussão entre o governo e a sociedade ligada à área da educação. A medida paralisa mudanças que também estavam previstas para serem implementadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024.
A decisão foi vista como um aceno claro para parte da esquerda que pede a revogação total do modelo. Nesta semana, o ministro se reuniu por mais de duas horas com o presidente para falar sobre a confusão em torno do Ensino Médio.
O que nós determinamos, afirmou Lula, é que “não vamos revogar”. “Vamos discutir com todas as entidades interessadas como aperfeiçoar o Ensino Médio no País”, acrescentou. “Não foi revogado o cronograma, foi suspenso para que a gente discuta com a sociedade ligada à área da educação o que a gente quer para o novo Ensino Médio”, garantiu.
Indicação ao STF
Outro tema abordado no encontro foi a sucessão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas sem qualquer definição. Indagado pelos jornalistas, Lula disse apenas que não pretende, nesse momento, adotar um critério identitário para a escolha. “(Se fizer isso) estarei criando um compromisso que eu não quero ter agora”, disse.
O decreto que concede aposentadoria ao ministro foi publicado ontem no Diário Oficial da União, assinado por Lula, por aposentadoria compulsória, uma vez que os ministros são obrigados a deixar o tribunal quando completam 75 anos.
Dois nomes despontaram na disputa: o advogado Cristiano Zanin, que defendeu Lula nos processos da Operação Lava Jato, e o jurista Manoel Carlos de Almeida Neto, apadrinhado pelo próprio Lewandowski. O presidente ainda não anunciou a escolha.
O substituto de Lewandowski será o primeiro indicado por Lula em seu terceiro mandato. Até outubro, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, também terá que se aposentar, abrindo uma segunda vaga. O próprio Lewandowski chegou ao STF por indicação de Lula em 2006, ainda no primeiro mandato do petista. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)