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PF nega ter pedido quebra de sigilo bancário de empresários

Instituição fez uma operação contra oito empresários bolsonaristas que teriam defendido um golpe de Estado

31 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes atendeu a um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores da campanha do ex-presidente Lula, para determinar a quebra dos sigilos bancários e telemáticos dos empresários bolsonaristas alvos de uma operação da Polícia Federal, na semana passada. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo mostram que a PF pediu apenas a apreensão dos celulares dos empresários e a quebra do sigilo das mensagens. Na representação, o delegado Fábio Alvarez Shor cita a suspeita de "atividade irregular de patrocínio" de "atos patrióticos", mas não pede a quebra de sigilo bancário.

A PF deflagrou na última terça-feira (23) uma operação contra oito empresários bolsonaristas que, em um grupo do WhatsApp, teriam defendido um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saia vencedor das eleições de outubro. As mensagens foram reveladas pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.

Além dos mandados de busca e apreensão e da quebra dos sigilos bancários e telemáticos, Moraes também determinou o bloqueio de contas em redes sociais. Esse último pedido também foi feito por Randolfe Rodrigues.

Após a divulgação das mensagens golpistas pela imprensa, Randolfe pediu ao STF uma "apuração séria e aprofundada "do possível financiamento de atos antidemocráticos pelos empresários. No pedido ao Supremo, o senador solicitou a "tomada de depoimento dos envolvidos, a quebra dos sigilos, o bloqueio de contas e as necessárias prisões preventivas". Com exceções das prisões, Moraes autorizou todas as demais medidas propostas.

O ministro, que também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, encvarregado de garantir lisura às eleições, justificou o bloqueio das contas devido a"condição financeira" dos empresários, que possuem "vultosas quantias de dinheiro" e que poderiam potencializar o "alcance das manifestações ilícitas". "Esse cenário, portanto, exige uma reação absolutamente proporcional do Estado, no sentido de garantir a preservação dos direitos e garantias fundamentais e afastar a possível influência econômica na propagação de ideais e ações antidemocráticas‘, diz Moraes na decisão. A quebra do sigilo bancário foi pedida pelo ministro para averiguar a "utilização de recursos para o financiamento de atos ilícitos e antidemocráticos".

A Procuradoria Geral da República não foi consultada sobre os pedidos da PF e do senador Randolfe Rodrigues, mesmo assim, o ministro Alexandre de Moraes determinou as buscas e apreensões. (Da redação)