Fechando o verão
Temporais causam estragos no interior
Os temporais do fim de semana arrastaram pontes, destruíram a barragem de um balneário e deixaram famílias desabrigadas no interior de São Paulo. Em Quatá, no sudoeste paulista, choveu mais de 200 milímetros em três horas na tarde de domingo (13), segundo a Defesa Civil. A barragem do Balneário Municipal, a 18 km do centro da cidade, não suportou o acúmulo de água e se rompeu. Na zona rural, uma ponte foi arrastada pela correnteza e outras três ficaram danificadas.
Ontem (14), o prefeito Marcelo Pécchio (PSD) informou que já pediu ajuda ao governo estadual para refazer as regiões mais afetadas. “Infelizmente, a chuva foi uma catástrofe. Várias estradas rurais estão interditadas e temos bairros isolados. Estamos tentando abrir rotas alternativas para tirar os moradores do isolamento e escoar pelo menos a produção de leite”, disse. A ponte da Água Milagrosa, inaugurada em fevereiro, foi levada pelas águas. As pontes da Água Limpa, Jordão e Água Bonita sofreram danos. A estrada que liga a cidade a Tupã está interditada.
Em Jacareí, no Vale do Paraíba, as chuvas causaram oito pontos de alagamentos, além de quedas de muro, deslizamentos de terra e crateras em vias públicas. O Córrego do Tanquinho transbordou e alagou casas no bairro Esperança. Um carro com duas pessoas foi levado pelas águas e caiu em um córrego. Os ocupantes foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.
Cada vez mais
Há dois anos, uma tragédia deixou 45 mortos em Santos, São Vicente e Guarujá, após um temporal. Naquele 3 de março, a média pluviométrica histórica para o mês na região foi ultrapassada em apenas uma noite. Chuvas extremas como aquela, no entanto, serão cada vez mais comuns na Baixada Santista e concentradas nas áreas que já recebem os maiores volumes, segundo estudo inédito que projeta os efeitos das mudanças climáticas nessas cidades até o fim do século.
“Os eventos extremos de chuva aumentarão tanto em magnitude quanto em frequência já nas próximas décadas (alta confiabilidade) e muito provavelmente vão se acentuar ainda na mais na segunda metade do século, causando mais eventos de inundações bruscas, enxurradas, alagamentos, processos erosivos e deslizamentos de terra, especialmente nas regiões de serra e logo abaixo”, diz uma das conclusões do estudo, resultado da parceria da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ). (Estadão Conteúdo)