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São Paulo avalia retomar restrições a grandes eventos com aglomeração
A ideia é anunciar medidas nesta quarta-feira (12), no Palácio dos Bandeirantes
O governo de São Paulo pretende restringir novamente eventos com aglomerações em todo o Estado, por causa da alta taxa de transmissibilidade da variante Ômicron do coronavírus. O Comitê Científico de Combate à Covid-19 se reuniu ontem (11) para discutir a medida. A ideia é anunciar medidas nesta quarta-feira (12), no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o Estadão apurou, a orientação será para instaurar um novo limite na ocupação máxima dos espaços. A recomendação valerá para festas, shows, casamentos, eventos corporativos e esportivos.
"Vamos ter, evidentemente, restrições que já foram apresentadas para eventos de aglomerações, o que é diferente. Grandes aglomerações não são recomendáveis e o Comitê Científico já expressou essa deliberação", disse o governador João Doria (PSDB) na manhã desta terça-feira, durante agenda em Monte Aprazível, no interior do Estado.
Comércio e indústria
Apesar de indicar que os eventos terão novas regras e restrições, Doria também adiantou que essa nova fase da pandemia no Estado não deve afetar setores da indústria e do comércio. "Não há, no momento, nenhuma indicação e necessidade de fechamento ou restrições ao comércio e ao setor de serviços, assim como ao setor produtivo do agronegócio e da indústria. Há, sim, cautela e recomendação expressa para que as pessoas usem máscaras o tempo todo", afirmou.
Segundo ele, as restrições a serem propostas e detalhadas já foram apresentadas pelo comitê como medidas cautelares para impedirem ainda mais o avanço da variante Ômicron. A avaliação de integrantes do Comitê Científico é de que houve um grande relaxamento da população com o avanço da terceira dose da vacina e a liberação indiscriminada dos eventos. Até a última segunda-feira, quase 25% dos habitantes de São Paulo já haviam recebido a aplicação de reforço.
Com essa nova restrição na ocupação máxima dos espaços, similar àquelas implementadas anteriormente no Plano São Paulo, o governo espera que a população entenda a gravidade da variante Ômicron e a necessidade de cautela e proteção (principalmente o uso de máscaras) nas aglomerações. Especialistas em saúde e vigilância sanitária já apontavam, desde o início da pandemia, que há maior risco de transmissão do coronavírus em locais fechados e sem ventilação.
Eventos recentes, como shows e festas, têm sofrido críticas da comunidade científica e da população desde que os casos de covid voltaram a aumentar pelo País. Na capital paulista, algumas casas noturnas já se adiantaram à recomendação oficial e começaram a cancelar as agendas das próximas semanas.
Durante a manhã, Doria ainda voltou a recomendar que a população use máscara "o tempo todo", o que classificou como a única forma de "estar protegido para esta onda da Ômicron". "Este momento vai exigir cuidado, atenção e acompanhamento diário. Esta nova cepa é a mais poderosa de transmissão da história."
Há ainda preocupação com o avanço dos casos de gripe. Na capital, as 469 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal passaram a abrir das 8 às 17 horas para atendimento de pacientes com sintomas gripais, sem a necessidade de agendamento prévio. Além da vacinação, a capital passou a ofertar no dia 30 a testagem contra influenza em UBSs. (Estadão Conteúdo)