Barroso sobre passaporte da vacina: Adotamos medida mais conservadora possível

Ministro evitou comentar detalhes da liminar, que será submetido ao crivo dos colegas em sessão extraordinária

Por Cruzeiro do Sul

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso

Depois de determinar que os passageiros internacionais devem apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para entrar no Brasil e de criticar em sua decisão o que classificou como 'autoridades negacionistas', o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta segunda-feira (13), que as medidas para enfrentamento da pandemia devem se pautar no 'princípio de precaução'.

Em coletiva de imprensa para apresentar o novo modelo de urna eletrônica que vai reforçar o contingente para votação nas eleições do ano que vem, o ministro evitou comentar detalhes da liminar, porque o tema ainda será submetido ao crivo dos colegas em sessão extraordinária no plenário virtual antes do fim do recesso do Judiciário. O julgamento foi marcado para quarta-feira (15).

Barroso se limitou a declarar que decidiu a favor da exigência do passaporte da vacina porque, em sua avaliação, seria inviável fiscalizar o cumprimento da proposta alternativa, de quarentena obrigatória para os viajantes não imunizados.

"Em matéria de saúde, a gente adota a medida mais conservadora possível", afirmou ao elogiar o sistema de vacinação brasileiro. "Conseguimos no Brasil uma vacinação muito ampla. Conseguimos diminuir o número de mortes abaixo de 200. Portanto, não devemos facilitar nesta matéria", acrescentou.

Nos termos da decisão, a quarentena é uma opção apenas para pessoas não elegíveis para vacinação, por recomendação médica, ou para turistas vindos de países onde não houver imunizantes disponíveis para toda a população.

O governo federal foi notificado oficialmente nesta segunda para promover as mudanças no controle das fronteiras e deve publicar ainda hoje uma portaria com as exigências. (Cruzeiro do Sul)