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Piratas da internet

Saúde diz que sistema do Conecte-SUS estará disponível semana que vem

Plataforma ainda está comprometida devido a um ataque hacker realizado na madrugada desta sexta-feira (10)

11 de Dezembro de 2021 às 15:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Seguradoras adotam estratégias e políticas de aceitação de coberturas de risco.
Alguns sistemas da Saúde estão temporariamente fora de ar. (Crédito: MARCELLO CASAL JR. / ARQUIVO AGÊNCIA BRASIL)

O Ministério da Saúde informou neste sábado (11), por meio de nota, que os sistemas que ainda estão comprometidos pelo ataque hacker realizado na madrugada de sexta-feira (10) devem voltar a ficar disponíveis para a população na próxima semana. A pasta, porém, não especificou quais plataformas seguem danificadas nem qual a data prevista para que os serviços sejam plenamente restabelecidos.

"O Ministério da Saúde informa que está atuando com a máxima agilidade para restabelecer os sistemas que foram temporariamente comprometidos com o ataque causado na madrugada desta sexta-feira (10)", diz a pasta. "Vários sistemas já foram restabelecidos e a expectativa é de que os outros sistemas estejam disponíveis para a população na próxima semana", finaliza a nota.

O grupo hacker Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão que tirou do ar o site do Ministério, o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) e o Conecte-SUS, que exibe dados de vacinação contra a Covid-19. A plataforma de controle e registro das pessoas vacinadas no país, por exemplo, ainda segue sem apresentar as informações dos cidadãos.

Na sexta-feira, ao tentar acessar o portal da pasta da Saúde, os usuários depararam-se com a seguinte mensagem: "Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB (Terabyte) de dados está (sic) em nossas mãos." Ainda de madrugada, o informe do grupo ficou indisponível. As plataformas, contudo, seguem fora do ar.

A Polícia Federal (PF) e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) foram acionados ainda na sexta para investigar o caso. No final da tarde desta sexta-feira (10), a PF abriu um inquérito para apurar as circunstâncias e os envolvidos no ataque. De acordo com os agentes federais, o Núcleo de Operações de Inteligência Cibernética já começou a realizar as perícias preliminares e constatou que os bancos de dados não chegaram a ser criptografados pelos hackers.

O ataque cibernético retardou a implementação da portaria editada pelo governo federal para regular a entrada de viajantes internacionais no país, como forma de frear a contaminação pela variante Ômicron da Covid-19.

O texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (9) determina a exigência de apresentação do comprovante de vacinação ou, em casos de pessoas não imunizadas, o cumprimento obrigatório de quarentena por cinco dias no local de destino. A regra passaria a valer a partir deste sábado (11), mas, depois da invasão, só entrará em vigor daqui a sete dias.

A Rede Sustentabilidade acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que cobrasse do governo a edição da portaria e determinasse a apresentação de explicações sobre os motivos para não ter implementado as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de controle dos viajantes que chegam ao país.

Na segunda-feira (6), o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu 48 horas para os ministérios da Saúde, Casa Civil, Infraestrutura e Justiça manifestarem-se sobre o caso. A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou os argumentos do governo três dias depois e negou as acusações da Rede de que as pastas teriam se omitido de tomar as medidas necessárias para combater a variante Ômicron. (Estadão Conteúdo)