Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

MP vai investigar denúncia de maus-tratos a búfalos em Brotas

04 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Dezenas de animais morreram debilitados pela fome.
Dezenas de animais morreram debilitados pela fome. (Crédito: REPRODUÇÃO / INSTAGRAM ARA)

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) abriu inquérito civil, na quinta-feira (2), para apurar denúncia de maus-tratos contra centenas de búfalos, culminando na morte de dezenas deles, na fazenda Água Sumida, em Brotas (SP). O inquérito vai apurar também possíveis crimes ambientais na propriedade, onde carcaças de búfalos mortos foram mal enterradas ou abandonadas a céu aberto, contaminando cursos de água.

O dono da fazenda, Luiz Augusto Pinheiro de Souza, nega os maus-tratos. Ele afirma que alguns animais morreram de forma natural, por velhice.

O promotor de Justiça de Brotas, Cássio Serra Sartori, marcou uma reunião na próxima segunda-feira (6) para análise do caso, com a presença do prefeito da cidade, do delegado da Polícia Civil, do comando da Polícia Ambiental e de representantes da ONG Ara - Amor e Respeito Animal, atual responsável pelos búfalos.

Ele pediu ainda a presença de um veterinário ligado à ONG. O promotor determinou o envio de cópia do expediente ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Polícia Federal para apuração de eventual crime de trabalho análogo ao de escravo na propriedade.

O drama dos animais foi revelado no dia 5 de novembro, quando a Polícia Militar Ambiental, após receber denúncias anônimas, fiscalizou a fazenda e encontrou centenas de búfalos em situação de maus-tratos, debilitados devido à fome, sem conseguir se levantar, em uma área pequena.

Ao menos 22 animais já estavam mortos, segundo o relatório. O proprietário foi multado em R$ 2,1 milhões e chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 10 mil e responde em liberdade. Posteriormente ele recebeu novas multas por reincidência nos maus-tratos e por danos ao meio ambiente, perfazendo um total de quase R$ 4 milhões em autuações.

Por decisão judicial, a tutela dos animais foi transferida à ONG Ara. O dono da fazenda e seus funcionários foram impedidos de intervir nos cuidados com os animais, já que estariam atrapalhando o trabalho dos voluntários. (Estadão Conteúdo)