Ministro diz que R$ 100 bilhões não bastam para ações ambientais

Por Cruzeiro do Sul

Delegação brasileira em evento no Pavilhão Brasil da COP26.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse que o compromisso dos países ricos de ofertar US$ 100 bilhões por ano para que países em desenvolvimento possam aplicar em ações de menor impacto sobre as mudanças climáticas é uma quantidade pequena a ser voltada para tal fim. Para ele, o desafio global é uma transição global na direção da neutralidade rápida, mas responsável.

“O que significa isso? Que precisamos mais do que os US$ 100 bilhões por ano. Saiu um estudo esses dias de um banco que já fala em US$ 5 trilhões por ano, tanto público quanto privado”, disse o ministro na abertura do “Dia da Indústria”, organizado no Pavilhão Brasil na COP26, em Glasgow, na Escócia. “Acho que o setor privado entrou nessa corrida para a neutralidade de carbono em 2050 e nós, governo e Congresso juntos, temos de trazer a estrutura e as políticas públicas para que isso aconteça”, continuou. A questão é que, até o momento, nem sobre os US$ 100 bilhões houve avanços práticos.

Para Leite, o Brasil conseguiu mostrar movimentos ambiciosos durante a primeira semana de participação em Glasgow. “Estamos conseguindo fazer negociações importantes, principalmente em relação ao financiamento do clima”, disse. “A solução para uma nova economia verde neutra em emissões está no incentivo, no empreendedorismo, no juro verde, que é o que faz com que o projeto fique de pé”, disse. E destacou que o Brasil “tem mais de 60% do território preservado com floresta nativa e a gente tem de gerar o emprego e a renda de quem preserva a floresta nativa.”

Amazônia

Institutos de pesquisa do Brasil e do Reino Unido se uniram para estudar como a Floresta Amazônica pode responder às mudanças ambientais futuras. O experimento é parte da segunda fase do AmazonFACE e foi anunciado na Convenção do Clima (COP26), na Escócia. Ele criará artificialmente as condições atmosféricas projetadas para 2050.

O estudo será administrado em parceria pelo serviço nacional de meteorologia britânico, Met Office, e pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Experimentos de enriquecimento de dióxido de carbono de ar livre bombearão volumes controlados do gás em pequenas áreas de floresta para simular sua resposta às mudanças climáticas. (Estadão Conteúdo)