PGR pede abertura de inquérito contra cantor Sérgio Reis

Por Da Redação com Estadão Conteúdo

Em áudio, cantor sertanejo incita violência contra o Supremo.

Em meio às cobranças públicas sobre a atuação frente a processos que atingem o presidente Bolsonaro e seus aliados, a Procuradoria-Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o cantor Sérgio Reis, o deputado federal Otoni de Paula, o caminhoneiro Zé Trovão e mais sete pessoas, entre elas empresários do agronegócio, classificando como um “levante” os “atos violentos de protesto” que o grupo quer convocar para a véspera do feriado de 7 de setembro.

“O objetivo do levante seria forçar o governo e o Exército a ‘tomar uma posição’ em uma mobilização em Brasília em prol do voto impresso, proposta que foi, recentemente, derrotada na Câmara dos Deputados, bem como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para tanto, pretendem dar um ‘ultimato’ no presidente do Senado Federal, invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal, ‘quebrar tudo’ e retirar os magistrados dos respectivos cargos ‘na marra’”, registra trecho do pedido da PGR, reproduzido na decisão do ministro do STF.

O documento foi assinado pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo - braço direito do chefe do órgão Augusto Aras - e culminou nas buscas cumpridas pela Polícia Federal ontem. A Procuradoria quer investigar a “convocação da população, através de redes sociais, a praticar atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado de 7 de setembro, durante uma suposta manifestação e greve de ‘caminhoneiros’”.

Os pedidos da PGR foram acolhidos por Alexandre Moraes em decisão dada nesta quarta, 18. O ministro Moraes não só mandou a PF fazer buscas, mas também proibiu os investigados - com exceção de Otoni de Paula - de se aproximarem da Praça dos Três Poderes, dos ministros do STF e dos senadores da República. Além disso, ordenou o bloqueio de uma chave pix (e da conta a ela vinculada) que, segundo a PGR, tem recebido ’doações de particulares para financiar a paralisação’ planejada pelo grupo. (Da Redação com Estadão Conteúdo)