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Após derrubada de PEC, Bolsonaro diz que eleições são questionáveis

12 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente Jair Bolsonaro.
Presidente Jair Bolsonaro. (Crédito: EVARISTO SA / AFP (11/8/2021))

Um dia após ser derrotado em votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso no plenário da Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro continua colocando em xeque a segurança das eleições 2022, sob argumento de que o resultado indica desconfiança de parte do Parlamento sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas “Hoje em dia sinalizamos para uma eleição, não que está dividida, mas que não vai se confiar nos resultados da apuração”, disse o presidente a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã de ontem (11).

Com rejeição da maioria dos deputados, a PEC do voto impresso foi derrubada pelo plenário da Câmara nesta terça-feira. Foram 218 votos pelo seu arquivamento e 229 votos favoráveis. Para que ela fosse aprovada, seria necessário o apoio de, no mínimo, 308 deputados. A Casa tem 513 deputados, mas o quórum, contando com o presidente Arthur Lira (PP-AL) foi de 449 deputados. Antes, já tinha sido rejeitada em duas votações na comissão especial na semana passada.

Bolsonaro, contudo, se disse “feliz” com o Parlamento brasileiro, pois entende que foi uma votação “dividida” e que muitos deputados não puderam expressar, de fato, seus posicionamentos e dúvidas sobre o sistema eleitoral porque “foram chantageados”. Segundo ele, dos votos que foram contra, “tirando PT, PCdoB e PSOL, que para eles é melhor o voto eletrônico”, “muita gente votou preocupada”. Na análise do chefe do Executivo, ainda, as abstenções, numa votação virtual, expressam o medo de retaliação por parte das legendas.

“Metade do Parlamento que votou sim ontem (terça) quer eleições limpas; outra metade, não é que não queira, ficou preocupada em ser retaliada”, pontuou. Bolsonaro, então, deu um recado para todo mundo: "A maioria da população está conosco, está com a verdade”.

O presidente agradeceu ao Parlamento, que, segundo ele, “deu um grande recado ao Brasil”, e projetou maior apoio à implementação do voto impresso no futuro. Para o chefe do Executivo, o resultado indica que metade do Legislativo, “não acredita 100% na lisura dos trabalhos do TSE”. Após a votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, fez um apelo para que os envolvidos no debate sobre o sistema eleitoral adotem tom moderado. Bolsonaro havia se comprometido a aceitar a decisão dos parlamentares, mas na segunda-feira afirmou que “há outros mecanismos para a gente colaborar para que não haja suspeitas”, em conversa com apoiadores em seu retorno ao Palácio da Alvorada. (Da Redação com Estadão Conteúdo)