São Paulo amplia vacinação de grávidas

Em abril deste ano, as gestantes e puérperas foram incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (PNI)

Por Cruzeiro do Sul

Grávida

Todas as grávidas com mais de 18 anos começaram a ser vacinadas ontem contra a Covid na capital paulista, seguindo o cronograma do governo estadual. Até então, estavam sendo imunizadas somente gestantes com comorbidades e da área da saúde. Em abril deste ano, as gestantes e puérperas foram incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunização (PNI), como uma forma de minimizar os riscos da infecção pelo coronavírus. Mesmo assim, o recrudescimento da pandemia no Brasil deixa maternidades de São Paulo em alerta.

Com a elevação de casos de Covid-19 e riscos de variantes mais agressivas do coronavírus, o Grupo Santa Joana, o Hospital e Maternidade Christóvão da Gama, do Grupo Leforte, e o Departamento Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein já se preparam para uma “terceira onda” de atendimentos.

Do início da pandemia até a segunda quinzena de maio deste ano, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde, compilados pelo Estadão, 10.250 gestantes foram internadas por Covid-19 em hospitais do Brasil das redes pública e privada. Dessas, 2 350 gestantes (22,9%) foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e outras 819 morreram (8%). Do total, 6 072 gestantes (59,3%) foram infectadas no terceiro trimestre de gravidez.

Quando infectada pela Covid-19, maiores são os riscos de a gestante ter pré-eclâmpsia (caracterizada por pressão alta), desenvolver outras complicações e precisar de tratamento na UTI.

Maternidades

Números do Sivep-Gripe revelam uma alta quase três vezes maior entre março e a segunda quinzena de maio de 2021 com 3.469 internações de gestantes na comparação com 1.203 no mesmo período do ano passado, sendo os meses com maiores picos, seja na enfermaria ou UTI, entre março e abril deste ano, com 1.650 e 1.228, respectivamente. Dados parciais de maio já sinalizam 591 internações.

A coordenadora de Infectologia do Grupo Santa Joana demonstra preocupação com a elevação de casos no País da doença. ‘Praticamente todos os hospitais estão se preparando. A sensação é que está começando uma terceira onda e vamos sentir esse reflexo também nas maternidades‘, acredita.

Quando a gestante apresenta algum quadro clínico, principalmente de vírus respiratório, como influenza e covid-19, geralmente precisa de hospitalização. ‘E as comorbidades sempre entram no fator gestante, como hipertensão e sobrepeso, o que aumenta ainda mais as complicações‘, afirma a especialista. A maioria das gestantes no terceiro trimestre de gravidez precisou antecipar o parto. ‘Foi necessário, mas conseguimos cuidar da mãe adequadamente e não perdemos nenhuma criança, mesmo nascendo prematura‘, acrescenta. (Da Redação com Estadão Conteúdo)