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Wuhan, na China, volta à vida normal, mas sem baixar guarda

22 de Abril de 2020 às 00:01

Noivos posam para fotos na beira do rio Yangtsé. Crédito da foto: Hector Retamal / AFP (19/4/2020)

Fotos de casamento, banhos no lago, piqueniques. A vida volta devagar a Wuhan, cidade chinesa onde surgiu a epidemia de Covid-19, embora ainda seja preciso esperar para ver sua recuperação completa.

Após 76 dias isolada do mundo, esta metrópole de 11 milhões de habitantes da região central do país suspendeu seu isolamento em 8 de abril. Pouco a pouco, seus moradores começam a se arriscar fora de casa.

Às margens do lago do Leste, uma jovem com vestido de noiva posa com um largo sorriso ao lado do futuro marido para as lentes de um fotógrafo. Para a ocasião, a noiva retira por alguns instantes sua máscara de proteção.

Em um parque vizinho, um avô nina o neto, adormecido em uma rede. Ao seu lado, várias famílias com barracas e mantas para piquenique aproveitam o sol.

À beira de uma ponte que atravessa o rio Yangtsé, um jovem canta e dança enquanto ouve música e em seguida é acompanhado por alguns pedestres. Mais abaixo, nadadores corajosos entram no rio mais extenso da Ásia, apesar da temperatura baixa.

Cenas que rompem o ambiente fantasmagórico que dominava a cidade desde que foi instaurada a quarentena, no fim de janeiro, assim como com as imagens de locais públicos desertos em todo o mundo por causa da pandemia da Covid-19.

Até mesmo os engarrafamentos voltaram a aparecer em Wuhan. “Ainda levará tempo, mas estamos em uma boa direção”, disse Bai Xue, de 24 anos, moradora da cidade.

Embora o número de novos casos de Covid-19 tenha caído a zero na cidade há várias semanas, a população vê com preocupação pessoas assintomáticas e as que vêm do exterior.

Os usuários do metrô, por sua vez, precisam escanear com seus telefones celulares um QR Code para que possam ser localizados caso entrem em contato com alguém doente. E barreiras de plástico ainda bloqueiam o acesso a algumas ruas.

Outra preocupação é a atividade econômica. Vendedores de mercado e donos de cafés dizem que o fechamento de Wuhan fez as vendas desabarem e os preços dos aluguéis dispararem. A prefeitura distribuiu vales de compra que os cidadãos podem usar em supermercados, grandes armazéns e restaurantes. (Jing Xuan Teng - AFP)