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Trump pegou obras de arte da residência do embaixador em Paris

06 de Setembro de 2020 às 18:53

Suprema Corte recusa tentativa de Trump de não enviar dados financeiros à Justiça Presidente norte americano tirou obras em 2018; transferência, mas tarde, foi considera legal. Crédito da foto: AFP / JIM WATSON

 

Fortemente criticado por se recusar a ir a um cemitério militar durante uma viagem à França em 2018, Donald Trump reservou, porém, um tempo para selecionar objetos de arte da casa de seu embaixador em Paris, causando uma mistura de "divertimento e espanto" entre sua comitiva, informou a agência Bloomberg.

"O presidente trouxe essas belas obras históricas, que pertencem aos americanos, de volta aos Estados Unidos para serem expostas na casa do povo”, a Casa Branca, confirmou neste domingo (6) à AFP Judd Deere, um dos porta-vozes do Executivo.

Durante esta visita à França para celebrar os 100 anos do fim da Primeira Guerra Mundial, o líder republicano cancelou sua visita a um cemitério perto de Paris para homenagear soldados americanos que morreram em combate, alegando que as más condições climáticas impossibilitavam sua presença.

"Tolos" e "perdedores"

Um artigo de quinta-feira na revista The Atlantic disse que o bilionário simplesmente não estava interessado e chamou os militares mortos de "tolos" e "perdedores". A Casa Branca, no entanto, nega firmemente.

A omissão na França deu a Trump "seis horas de tempo livre na residência do embaixador", uma mansão francesa conhecida como Hôtel de Pontalba, no 8º arrondissement de Paris, onde muitas obras de arte estão em exibição, explica a Bloomberg.

No dia seguinte, "Trump queria várias obras (...) e, na hora, pediu que fossem retiradas e levadas a bordo do Air Force One", o avião presidencial, segundo jornalistas que citam várias fontes anônimas.

Entre as obras estão um busto e um retrato de Benjamin Franklin, um dos fundadores dos EUA e o primeiro embaixador americano na França, assim como um conjunto de estatuetas.

... em seis anos

Trump mais tarde brincou que seu embaixador poderia recuperar as peças "em seis anos", depois de um segundo mandato que ele busca nas eleições de 3 de novembro, de acordo com a Bloomberg.

"O incidente foi visto com uma mistura de divertimento e espanto na época, mas causou dor de cabeça aos funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado", continua o artigo. Depois de uma "furiosa troca de e-mails", a transferência foi considerada legal, "já que as obras pertencem ao governo dos Estados Unidos".

O valor das peças foi inicialmente estimado em 750 mil dólares. Mas, de acordo com a Bloomberg, um especialista posteriormente declarou que as estatuetas eram "falsas" e que o busto e o retrato de Franklin eram réplicas. (AFP)