Rede de supermercados deixará de vender munições nos Estados Unidos

Por

Homem caminha em frente à loja do Walmart em San Leandro, na Califórnia. Crédito da foto: Justin Sullivan / Getty Images / AFP (3/9/2019)

O Walmart também disse que vai pedir para seus consumidores não portarem armas dentro das lojas. Crédito da foto: Justin Sullivan / Getty Images / AFP (5/5/2018)

A rede Walmart informou, nesta terça-feira (3), que não irá mais vender munições para pistolas e alguns fuzis, classificando como "inaceitável" a situação do controle de armas nos Estados Unidos. A medida foi anunciada um mês depois de um tiroteio em uma loja da rede, no Texas, onde 22 pessoas foram mortas.

O Walmart também disse que vai pedir para seus consumidores não portarem armas dentro das lojas. Essa prática é legal em vários estados americanos, mas gerou preocupação nas últimas semanas.

O CEO da empresa, Doug McMillon, lançou um apelo ao Congresso e à Casa Branca para que aprovem medidas de "bom senso". Isso inclui verificações de antecedentes mais rígidas para a compra de armas.

"Como vimos antes, estes eventos horríveis acontecem e, depois, a atenção se desvanece. Não devemos permitir que isso aconteça", disse McMillon, em um comunicado. "O Congresso e o governo devem agir", insistiu.

Sobre a restrição às armas de fogo nas lojas, McMillon disse que esperar "que todos entendam as circunstâncias que levam a esta nova política e respeitem as preocupações de seus colegas de compras e de nossos associados". A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) criticou a decisão do Walmart e disse que a empresa sucumbiu à "pressão das elites anti-armas".

Homem caminha em frente à loja do Walmart em San Leandro, na Califórnia. Crédito da foto: Justin Sullivan / Getty Images / AFP (3/9/2019)

Foco

Walmart espera que a medida reduza sua participação no mercado de munições de cerca de 20% para uma fatia de 6% a 9%. A companhia continuará vendendo rifles e escopetas para caça e boa parte das munições usadas nestas armas. O objetivo é que suas lojas "estejam ainda mais concentradas nas necessidades dos fãs de caça e tiro esportivo", completou McMillon.

Walmart já havia restringido o acesso a algumas armas em suas lojas, incluindo uma decisão de 1993 de cancelar as vendas de armas curtas em todos os estados, menos no Alasca. Em 2015, deixou de vender fuzis de assalto semiautomáticos do tipo usado em tiroteios em massa.

Hoje, a Walmart anunciou que também deixará de vender armas curtas no Alasca, mas resistiu aos pedidos para suspender por completo o comércio desse produto.

McMillon destacou que ele mesmo é proprietário de uma arma, e acrescentou que a empresa entende "a herança, nosso lugar profundamente arraigado nos Estados Unidos e nossa influência como o maior varejista do mundo. E entendemos a responsabilidade que acarreta". (AFP)

[irp posts="160323" ]