Nasa encerra missão do Kepler que identificou estrelas habitáveis

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Kepler deixa um legado de mais de 2.600 descobertas de planetas de fora do nosso sistema solar, muitas das quais poderiam ser lugares promissores para a vida. Crédito da foto: AFP Photo/ Nasa/Tim Jacobs

A Nasa anunciou nesta terça-feira (30) o fim da missão do telescópio Kepler. Já bem além da expectativa de funcionamento, o Kepler, de nove anos e meio, estava com pouco combustível há meses. A missão de US$ 700 milhões ajudou a descobrir, no ano passado, um sistema solar com oito planetas, assim como o nosso.

"Kepler abriu uma porta para a exploração do cosmos pela humanidade", diz o cientista aposentado da Nasa William Borucki, que liderou a equipe científica original do Kepler.

O telescópio descobriu 2.681 planetas fora do nosso sistema solar e mais candidatos em potencial. O diretor de astrofísica da Nasa, Paul Hertz, estimou que de dois a doze planetas descobertos pelo Kepler são rochosos e do tamanho da Terra na chamada "Zona de Cachinhos Dourados". O Kepler ainda mostrou que de 20% a 50% das estrelas visíveis no céu poderiam ter planetas como o nosso.

"Ele revolucionou nossa compreensão do nosso lugar no cosmos", diz Hertz. "Agora sabemos, por causa do telescópio espacial Kepler e sua missão científica, que os planetas são mais comuns que as estrelas em nossa galáxia".

Quase perdido em 2013 por causa de uma falha em seus sistemas, o Kepler foi resgatado por engenheiros e continuou "espiando" o cosmos.

Sucessora do Kepler, a sonda Tess foi lançada em abril e tem como alvo as estrelas mais próximas de casa. A sonda já identificou alguns planetas possíveis.

Cientista do projeto Tess, Padi Boy, chamou a missão de Kepler de "sucesso impressionante". "Kepler nos mostrou que vivemos em uma galáxia repleta de planetas e estamos prontos para dar o próximo passo para explorá-los", afirma. (Estadão Conteúdo)