Multidão vai às ruas na Europa contra 'tirania médica' das máscaras
No Centro de Londres, manifestantes exibem cartazes mostrando-se contrários às medidas de isolamento social. Crédito da foto Tolga Akmen/AFP
Milhares de manifestantes contrários ao uso de máscaras e a medidas restritivas pelo novo coronavírus saíram às ruas neste sábado (29), em várias cidades da Europa. Em Londres, mil manifestantes, reunidos em Trafalgar Square, pediram o "fim da tirania médica".
Em Paris, de 200 a 300 pessoas protestaram contra a obrigatoriedade da máscara. Sophie, uma parisiense de 50 anos, disse ter ido às ruas por ser "a favor da liberdade de escolha".
"Sou uma cidadã que se opõe a medidas liberticidas que não têm justificativa médica", alegou.
Outras mil pessoas também se manifestaram na cidade suíça de Zurique.
Em Berlim, palco do maior desses protestos, a manifestação foi interrompida pela polícia por desrespeitar as medidas de proteção.
A polícia interrompeu a manifestação de cerca de 20.000 pessoas porque não estavam sendo respeitadas as regras de segurança exigidas pelo governo.
"A maior parte deles [os manifestantes] não cumpriu a distância mínima [de segurança entre as pessoas], apesar das repetidas exigências" das forças da ordem, relatou a polícia, afirmando que não houve outra possibilidade a não ser dissolver a manifestação, iniciada às 9h (6h de Brasília) no mítico Portão de Brandemburgo.
Muitos manifestantes permaneceram no local mesmo após o anúncio da polícia. Sentados no chão no meio da rua, gritavam "resistência" ou "nós somos o povo", um lema usado originalmente nos protestos contra o regime comunista na antiga Alemanha oriental, e mais recentemente pela extrema direita. Outros cantavam o hino nacional.
Muitos continuaram protestando e um grupo jogou pedras e garrafas nos policiais.
As forças de segurança alemãs detiveram 300 manifestantes.
O secretário do Interior de Berlim, Andreas Geisel, informou que umas 200 detenções ocorreram perto da embaixada da Rússia, mas a maioria das pessoas já foi liberada.
Protesto contra Merkel
"Pensadores livres", ativistas antivacinas, partidários de teorias conspiratórias e simpatizantes da extrema direita se reuniram neste ato, o qual apelidaram de "festival de liberdade e paz".
Desde cedo, pessoas de todas as idades tomaram as ruas, incluindo famílias com crianças.
"Merkel deve sair", eram um dos frequentes gritos ouvidos na multidão.
"Não sou um simpatizante da extrema direita, estou aqui para defender nossas liberdades fundamentais", disse Stefan, um berlinense de 43 anos, de cabeça raspada, vestindo uma camiseta cinza com a mensagem "pensar ajuda!". (AFP)