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Irã acusa Estados Unidos de prejudicar gravemente sua economia

27 de Agosto de 2018 às 07:42

Irã Audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ) - Foto: Jerry Lampen/ANP/AFP

Teerã denunciou nesta segunda-feira (27) a vontade de Washington de prejudicar gravemente a economia iraniana, no início das audiências na Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre o restabelecimento das sanções dos Estados Unidos contra o Irã. As audiências sobre o tema começaram nesta segunda-feira na sede da CIJ, em Haia, e devem durar quatro dias.

"Estados Unidos propagam publicamente uma política cujo objetivo é prejudicar o mais gravemente possível a economia iraniana, e as empresas e cidadão iranianos", afirmou o conselheiro jurídico e representante da delegação da República Islâmica, Mohsen Mohebi. Diante dos 15 juízes da CIJ - principal órgão judicial da ONU - a delegação do Irã, que apresentou a demanda em julho, defende a suspensão das novas sanções americanas, que têm consequências dramáticas para a economia iraniana.

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Em maio, o presidente americano Donald Trump retirou seu país do acordo nuclear assinado pelo Irã e as grandes potências em 2015, no qual República Islâmica se comprometeu a não produzir armamento atômico. Em troca, o país foi beneficiado por uma retirada progressiva das sanções internacionais. Mas a saída de Washington do acordo representou o retorno das duras sanções americanas contra o Irã.

Teerã deseja com a nova batalha judicial na CIJ "encerrar de modo imediato" estas medidas. A República Islâmica pede ao tribunal a suspensão temporária das sanções, antes que os juízes se pronunciem posteriormente sobre o mérito do caso. O governo iraniano afirma que as ações americana violam diversos dispositivos do tratado Irã-EUA de 1955.

O texto, que não é muito conhecido, prevê "relações amistosas" entre as duas nações e respalda os intercâmbios comerciais. Irã e Estados Unidos, no entanto, não mantêm relações diplomáticas desde 1980. Donald Trump considera que as sanções têm como objetivo "aumentar a pressão" sobre o regime iraniano para que mude de comportamento, especialmente no que diz respeito a suas ambições nucleares. Trump disse, no entanto, estar "aberto" a um novo acordo sobre o programa nuclear com o Irã.

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Mas o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, declarou há alguns dias que "não haverá guerra, nem negociações com os Estados Unidos". A CIJ deve se pronunciar sobre o fim provisório das sanções nos dois meses seguintes ao início das audiências. Uma decisão final sobre o caso pode demorar vários anos.

Após uma primeira onda de sanções, lançada no início de agosto, em 5 de novembro outras medidas entrarão em vigor, afetando o setor de petróleo e gás, que desempenha um papel fundamental na economia iraniana. (Charlotte Van Ouwerkerk - AFP)

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