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Governo dos EUA projeta que aumento na imigração vai se acelerar

10 de Março de 2019 às 18:43

O governo Trump está se preparando para que quase 180.000 migrantes viajando em família cruzem a fronteira do sul dos Estados Unidos até maio. Segundo documentos internos obtidos pelo "The Wall Street Journal", oficiais da Agência de Proteção Alfandegária e de Fronteiras dos EUA (CBP, na sigla em inglês) antecipam que entre 51.000 e 58.000 migrantes viajando em família irão cruzar a fronteira ilegalmente ou pedir por asilo em passagem legal na fronteira neste mês. Baseada em tendências históricas, a agência projeta que o número chegará a 70.000 em maio.

Prisões de famílias cruzando a fronteira entre EUA e México ilegalmente nos últimos cinco meses alcançaram um recorde de 136 150, ultrapassando as 107.212 famílias presas em todo o ano comercial de 2018. Separadamente, 21.968 famílias imigrantes pediram asilo entre outubro e fevereiro, volume parecido com o de um ano antes.

O alto número de famílias que cruzam a fronteira representa uma "crise de segurança e humanitária na fronteira", e deixou a CBP "no limite", segundo afirmou Kevin McAleenan, comissário da CBP, na semana passada. Até o momento, a maior parte das famílias é de Guatemala, Honduras e El Salvador, onde dizem que enfrentam violência, instabilidade política, fome e pobreza. A maior parte das famílias se rende a agentes da fronteira e pede asilo após entrar ilegalmente nos EUA. Menos de 20% dos pedidos são concedidos, mas pessoas com filhos geralmente podem permanecer nos EUA durante o processo, que costuma levar anos.

O governo Trump tentou repetidamente mudar as leis de imigração e os procedimentos para desacelerar a entrada de famílias, incluindo uma política que levou à separação das famílias. Um juiz federal em San Diego ordenou que a administração reunisse mais de 2.50 crianças separadas no ano passado, um processo que continua em andamento. O presidente Trump citou o aumento de entradas como evidência de uma emergência nacional na fronteira. Ele já afirmou repetidamente que leis de imigração atuais e o que ele descreve como decisões judiciais fraudulentas estimulam a imigração ilegal. (Agência Estado)