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Assange é acusado de usar embaixada como 'centro de espionagem'

15 de Abril de 2019 às 09:13

O presidente do Equador afirma que Assange violou as condições de asilo - Foto: AFP (11/04/2019)

O presidente do Equador, Lenín Moreno, acusa o cofundador da WikiLeaks, Julian Assange, de tentar criar um "centro de espionagem" na embaixada do Equador em Londres. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Moreno explicou os motivos de expulsão do asilo de Assange, detido no Reino Unido na última quinta-feira (11).

Segundo o presidente equatoriano, Assange violou as condições de asilo e tentou criar um centro de espionagem na embaixada do Equador, país que lhe concedeu asilo político há sete anos. “Não podemos permitir que a nossa casa, a casa que abriu as suas portas, se torne um centro de espionagem. Essa atividade viola as condições de asilo”, acrescentou o líder equatoriano na entrevista.

Moreno acusa o governo anterior de ter dado condições a Assange para usar a embaixada equatoriana a fim de “interferir em assuntos de outros Estados”.

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No entanto, as acusações a Assange, que levaram à revogação do asilo, geraram controvérsia no Equador. Rafael Correa, ex-presidente do país, considera que esse é "um crime que a humanidade jamais esquecerá" e que Lenín Moreno é “o maior traidor da história equatoriana e latino-americana”.

Segundo o jornal britânico, o WikiLeaks estava associado a um site anônimo que publicou informações e fotos particulares de Moreno e sua família, numa alegada campanha para enfraquecer a imagem do atual presidente equatoriano. Moreno negou que as recentes acusações a Julian Assange tenham sido uma represália pela exposição dos referidos documentos pessoais.

Na mesma entrevista, o presidente equatoriano dá como exemplo da interferência de Assange em assuntos internos de outros estados, a publicação dos documentos do Vaticano, em janeiro de 2019. “É lamentável que haja pessoas dedicadas a violar a privacidade das pessoas”, acrescentou.

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Assange foi criticado pelo seu comportamento com a equipe diplomática de Londres e hábitos de higiene. “Ele manteve constante comportamento higiénico inadequado ao longo da estadia, o que afetou sua própria saúde e o clima interno da missão diplomática.”, comentou Moreno.

Ao The Guardian, Moreno afirmou que recebeu garantias do Reino Unido de que o cofundador do WikiLeaks não será extraditado para um país em que possa ser sujeito a tortura, maus-tratos ou condenado à pena de morte. (Agência Brasil)