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Argentina anuncia acordo com FMI para acelerar fundos de apoio ao programa econômico

29 de Agosto de 2018 às 20:42

Argentinos passam por casa de câmbio; país vive situação econômica crítica. Crédito da foto: Eitan Abramovich / AFP

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou nesta quarta-feira (29) um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para acelerar os fundos que ajudarão a fortalecer seu programa econômico.

O FMI antecipará "todos os fundos necessários para garantir o cumprimento do programa financeiro do próximo ano", disse Macri em mensagem antes da abertura dos mercados financeiros e após dias de alta volatilidade e forte queda do peso.

A diretora-gerente do FMI afirmou que a instituição buscará fortalecer o programa de empréstimos aprovado para Argentina e acelerar os desembolsos, consideradas as condições adversas do mercado internacional. Lagarde disse que instruiu o funcionário do FMI "para que trabalhe com as autoridades argentinas a fim de fortalecer" o acordo stand-by de três anos por 50 bilhões de dólares disposto em junho e "reexaminar o cronograma do programa financeiro".

A Argentina chegou a um acordo com o Fundo em junho para um auxílio financeiro de 50 bilhões de dólares em três anos, com o objetivo de apoiar sua frágil economia em meio a uma corrida cambial iniciada em abril e que, após uma breve pausa, ganhou novo impulso nos últimos dias. "Na última semana tivemos novas expressões de falta de confiança nos mercados, especificamente sobre nossa capacidade de conseguir financiamento para 2019", admitiu Macri ao explicar as razões para o novo pedido ao FMI.

A volatilidade no mercado cambial provocou uma nova desvalorização do peso na terça-feira, a uma cotação de 32,07 por dólar, o que significa uma queda de 41,6% no decorrer do ano. A moeda argentina sofreu uma desvalorização de 6,99%, fechando a 34,48 pesos o dólar na sessão desta quarta-feira.

A Argentina chegou a um acordo com o Fundo em junho para um auxílio financeiro de 50 bilhões de dólares em três anos

Em junho, a economia do país registrou queda de 6,7%, o que levou a um acumulado de -0,6% no ano. Também foi o terceiro mês consecutivo de contração. Simultaneamente, a inflação acumula 19,6% até julho e a projeção supera 30% no fim de 2018, o que aumenta a pressão dos sindicatos. "Garantir o financiamento para 2019 vai nos permitir fortalecer a confiança e retomar o caminho do crescimento o mais rápido possível", disse Macri.

O governo segue um rígido plano de ajuste para cumprir os compromissos com o FMI, que incluem uma meta de déficit fiscal de 2,7% do PIB em 2018 e de 1,3% em 2019. O déficit fiscal passou de 6% no fim de 2015 a 3,9% em 2017. "Da nossa parte acompanharemos este apoio com os esforços fiscais necessários, trabalho em que estamos avançando muito bem", disse Macri.

O governo adotou medidas de ajuste fiscal que incluem a redução do tamanho dos organismos de Estado, com demissões, congelamento de contratações e outras ações, além de cortes de subsídios às exportações e tarifas dos serviços públicos e eliminação de benefícios em impostos para o setor industrial. (AFP)