Antiviral remdesivir detém avanço da covid-19 em macacos
Pessoas usando máscaras faciais passam por um globo com tema de coronavírus mantido em um cruzamento de trânsito na Índia. Crédito da foto: Noah Seelam / AFP (18/4/2020)
O antiviral experimental remdesivir deteve o progresso da covid-19 em macacos. O resultado fez parte de um estudo publicado sexta-feira (17) pelo instituto americano de doenças infecciosas.
A experiência preliminar, ainda não analisada pela comunidade científica, foi realizada para complementar estudos que utilizam o remdesivir em pacientes hospitalizados com o novo coronavírus. O estudo empregou dois grupos compostos por seis macacos, que foram inoculados com o vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de covid-19.
Fiocruz registra momento em que coronavírus infecta célula. Crédito da foto: Reprodução / Fiocruz (8/4/2020)
Um dos grupos recebeu o remdesivir, desenvolvido pelo laboratório americano Gilead Sciences, e o outro não teve tratamento. Doze horas após a inoculação do vírus, o grupo de teste recebeu uma "dose de remdesivir por via intravenosa" e "uma dose de reforço diária durante seis dias", revelou o Instituto.
Resultados
Os pesquisadores se concentraram em administrar o tratamento justo antes da doença alcançar sua maior virulência nos pulmões. Apenas um dos macacos tratados com o antiviral apresentou leves dificuldades respiratórias, enquanto todos os animais não tratados tiveram problemas para respirar.
"A quantidade de vírus presente nos pulmões foi muito mais baixa no grupo tratado (...) e o SARS-CoV-2 causou menos danos a estes animais em relação aos não tratados", destacaram os pesquisadores. O antiviral remdesivir foi um dos primeiros medicamentos utilizados como tratamento experimental contra o novo coronavírus. Os testes clínicos aleatórios se encontram em uma etapa avançada de desenvolvimento.
Eficaz
O site americano de notícias de saúde Stat informou que o antiviral se mostrou muito eficaz em um hospital de Chicago. No local estão vários pacientes que participam dos testes.
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O remdesivir se modifica no organismo para se parecer com um dos quatro elementos constitutivos do DNA, os nucleotídeos. Quando os vírus se replicam, o fazem "rapidamente e com um pouco de negligência", explica o virologista Benjamin Neuman, da Universidade do Texas A&M, em Texarkana. O remdesivir aproveita isto para se incorporar ao vírus e produzir mutações que acabam por destruí-lo. (AFP)