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Edson Vieira e o futuro do São Bento

20 de Maio de 2020 às 00:01

Edson Vieira e o futuro do São Bento Edson Vieira quer construir uma longa história em Sorocaba e ajudar o Azulão a crescer. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (3/3/2020)

O técnico do São Bento, Edson Vieira, participou de uma live no Instagram do jornal Cruzeiro do Sul (@jornalcruzeiro) na noite de ontem (19) e admitiu que futuramente poderia mudar de cargo se a diretoria do clube oferecesse um plano de carreira. A função seria administrativa, um gerente-executivo, o elo entre comissão técnica, jogadores e diretoria.

“Se o São Bento chegasse com um plano de carreira para mim, dizendo: a gente vai ficar com você tanto tempo (como treinador) e depois queremos que você gerencie, trabalhe com a diretoria, ser um elo com o campo. Eu aceitaria e encerraria a minha carreira no São Bento. Eu não teria o sonho de ir para lugar nenhum mais. Eu ajudaria esse clube a crescer”, revelou.

O treinador mostra a sua visão para o clube se tornar sustentável. O investimento precisa ser voltado para a base. “O clube precisa se respaldar na base. O clube precisa viver de venda de jogadores. O clube (precisa) ser formador de jogadores. Lançar dois jogadores no profissional, não por lançar, mas jogadores com qualidade. Tem potencial em Sorocaba, tem jogador no salão que pode ir para o campo.”

E a compreensão não é apenas dentro de campo, mas também do marketing que pode trazer recursos à instituição. Juninho Manella, filho de Edson Vieira, é apresentador do Vosso Canal, no Youtube, que veicula conteúdo de futebol. Uma parceria entre o canal e o clube seria benéfica, como já pode ser visto em Sorocaba com a experiência do Magnus Futsal e do youtuber Fred.

“Se a diretoria permitisse e o treinador também, eu assinaria para eles (do Vosso Canal) serem embaixadores do clube. Para fazerem partidas amistosas no CIC e colocar eles para jogar. Não para disputar o campeonato, mas partidas de exibição. Isso traria marketing e recursos para o clube. Traria, principalmente, as crianças”, analisou.

Dentro de campo

Edson Vieira está ansioso para voltar aos treinamentos e seguir com a ascensão do São Bento na Série A2 do Campeonato Paulista. Ainda não existe uma data prevista para o retorno, mas a Federação Paulista de Futebol (FPF) garantiu que terminará o torneio dentro de campo. Por conta disso, o treinador beneditino acredita que o tempo será curtíssimo para a preparação.

“Eu não vou criar expectativa nenhuma de quanto tempo vai ter de treinamento. Vou ser bem sincero, eu acho que não vai dar dez dias e já vai ter jogo. Posso estar muito enganado, mas eu acho que a Federação vai dar dez dias de treinamento e já vai marcar três jogos em uma semana. Se der duas semanas de treino, é milagre”, apontou.

Por conta disso, o treinador entende que toda a cartilha de treinamentos que foi passada desde a paralisação, no dia 16 de março, será primordial para um bom desempenho quando a bola voltar a rolar. “Vai muito do atleta que cumpriu a risca o que o Clebinho (Vaz, preparador físico) passou para ele. Esse cara é o que vai ter menos problema de lesão muscular.”

Com a queda na arrecadação por conta da falta de jogos, o São Bento negocia com jogadores e funcionários uma redução de salários. Alguns atletas já deixaram o elenco, como os zagueiros Flávio Boaventura e Victor Salina, o lateral-esquerdo Allan Vieira e o volante Doriva. Douglas Assis, que não havia aceitado o acordo, voltou a atrás da decisão e segue no clube.

Experiente no futebol, Edson Vieira chama a atenção para todos entenderem o atual cenário que se desenha na modalidade. Todos estão passando por uma remodelação, até mesmo os times da primeira divisão nacional, que conta com muito mais recursos. É a hora do jogador analisar bem o mercado.

“Se de cima para baixo há uma diminuição de 25% dos salários dos jogadores, dos ‘tops’, que tem folha de pagamento de R$ 12 milhões ou R$ 15 milhões. Um time da Série B vai continuar com a mesma proposta? Então, o jogador que está empregado no São Bento e tem uma Série C pela frente, até passar a pandemia, o que é melhor: um passarinho na mão ou um passarinho voando”. (Zeca Cardoso)