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Comando ‘apalavrado’ até o fim de 2020

09 de Abril de 2020 às 00:01

Comando ‘apalavrado’ até o fim de 2020 Técnico orienta jogadores do Azulão durante treino para manter série invicta de quatro partidas na A2. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (26/2/2020)

Em entrevista ao programa Fome de Bola, da rádio Cruzeiro FM 92,3, o técnico do São Bento, Edson Vieira, confirmou que está apalavrado com a diretoria do clube para estender o contrato até o fim da temporada e comandar o Azulão na Série C do Campeonato Brasileiro.

“Tivemos uma reunião. O que eu tenho hoje de palavra junto com o São Bento é a minha continuidade para a Série C. Acredito muito que vai acabar o campeonato (Paulista da Série A2) e vai começar a Série C”, revelou.

Para a terceira divisão nacional, o treinador beneditino acredita que com reforços, o time de Sorocaba pode entrar forte para lutar pelo acesso. “Com mais cinco jogadores, o São Bento entra muito forte. Muito forte mesmo”, pontuou.

Em meio às incertezas na continuidade do futebol nacional, Edson Vieira fez um chamamento à torcida do São Bento. A paralisação dos jogos afetou as finanças do clube, que já recebeu uma ajuda da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de R$ 200 mil.

“Torcedores, se unam mais do que nunca. Você, sócio-torcedor, é a hora de abraçar o clube. Não sou garoto-propaganda do clube, sou passageiro (na instituição). Não abandone (o clube) agora. E parabéns para vocês que são fiéis”, agradeceu.

Durante a entrevista, Vieira também contou como foi o convite para voltar ao Bentão. O técnico estava dirigindo a União Barbarense, gerida por Cleiton Vieira, ex-jogador e gestor, amigo de longa data do treinador. O projeto em Santa Bárbara teve que ser abandonado.

E a amizade com Cleiton foi rompida. “Eu amo o São Bento, o São Bento precisa de mim. Ele não queria me liberar, mas eu sabia que o clube precisava de mim. Eu não quero que o São Bento vá para a Série A3. Não quero isso para o clube que eu amo”, falou.

O retorno ao clube sorocabano poderia ter acontecido no ano passado, após a demissão de Milton Mendes, na Série B do Brasileiro. Por sinal, em 2019, Edson Vieira sofreu demais com os dois rebaixamentos do Azulão: no Paulistão e na Série B.

“Eu sofri demais. Fiquei feliz que no ano passado o São Bento me procurou, mas preferiu seguir outro caminho. Eu falei, poxa, não vou poder ajudar! Depois, antes da Série A2, também houve uma sondagem”, contou.

Edson Vieira já deixou claro em suas entrevistas o amor que sente pelo Esporte Clube São Bento. Esse sentimento faz com que o trabalho fique ainda mais prazeroso. E o treinador segue querendo, cada vez mais, deixar o seu nome na história do clube.

“Quando você tem amor por um trabalho, é muito mais gostoso. É algo diferente. Estou a uma vitória do quarto técnico com mais vitórias. Isso, para mim, dá mais vontade de trabalhar. Eu fico feliz de saber que (o torcedor) recuperou a autoestima”, contou.

Visto como o “‘salvador da pátria” pelos torcedores, o comandante beneditino faz questão de ressaltar também o seu grupo de jogadores. “O grupo tem muito caráter, comandados pelo (Fábio) Bahia. Devido a eles, essa chama reacendeu, essa chama de vitória.”

Desde o seu retorno, Edson comandou o São Bento em quatro partidas. Venceu os quatro jogos. Os resultados positivos em série tiraram a equipe da zona de rebaixamento e colocaram na briga para a classificação à segunda fase da Série A2.

“Houve uma recuperação. Veja bem como evoluiu esse time. Vários jogadores recuperados. O jogador recuperou a alegria. Eles têm o aval do líder dentro do vestiário, a confiança. Era o momento do carinho, não do chicote”, analisou.

Horas vagas

O isolamento social fez com que Edson Vieira exercesse uma nova função profissional: a de segurança. No tempo livre, o treinador do São Bento está ajudando um dos seus filhos, o youtuber Juninho Manella, criador do canal no YouTube, Vosso Canal.

“Eu fui contratado pelo Vosso Canal para ser segurança. Todo dia, das 11h às 14h, eu fico aqui. Fecho o portão do campo e fico aqui. Recebi a ilustre visita do Dagoberto (ex-jogador), um motivo de muita alegria para nós”, brincou o treinador, que fez um convite ao ex-jogador.

Dagoberto, bicampeão brasileiro pelo São Paulo, encerrou a carreira no Londrina, no ano passado. “Brinquei com ele. Vamos comigo para o São Bento. Eu te dou a faixa (de capitão) e você jogará todos os jogos. Isso, porque ele é craque”,comentou.

Para diminuir a ansiedade, a tensão e aumentar a paciência no momento, Edson falou sobre um hobby que o ajuda: pescar. A pescaria faz com o que o treinador consiga relaxar, quando a maior vontade é voltar a trabalhar.

“A pesca tem me ajudado muito como uma terapia. Eu já fui muito ansioso, muito nervoso, e a pesca me ajudou muito a melhorar esses defeitos que tenho. Me ajudou a ter um pouco mais de paciência”, finalizou. (Zeca Cardoso)