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Bentão tem projeto para se tornar clube-empresa

29 de Março de 2020 às 00:01

Bentão tem projeto para se tornar clube-empresa Presidente da equipe sorocabana (de costas, acompanhando treino) lamenta queda de arrecadação. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (26/2/2020)

O assunto mais discutido no esporte é sobre as finanças das entidades. Sem jogos e com a economia retraída, a arrecadação dos clubes está despencando. Em entrevista à rádio Cruzeiro FM 92,3, o presidente do São Bento, Márcio Rogério Dias, já deixou isso claro.

Atualmente, a maior fonte de renda do time sorocabano é a receita proveniente dos sócios-torcedores, mas o número de associados está caindo e a inadimplência aumentando. Contabilizando todos os funcionários, a folha salarial mensal do Bentão gira em torno dos R$ 100 mil.

Em meio a crise, um dos caminhos apontados pelo mandatário beneditino é a transformação do Bentão em um clube-empresa. Hoje, a grande maioria dos clubes brasileiros funciona como associação sem fins lucrativos.

“Se o São Bento não caminhar para um investimento, para um clube-empresa -- deixando muito bem claro, o estatuto não tem abertura para a criação de um clube-empresa no departamento de futebol --, essa modalidade de associação vai ficar complicada”, disse Márcio.

A equipe de Sorocaba faz parte de uma comissão de clubes que discute com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) essa transformação. Os estudos para transformar o Bentão em uma empresa já estão em andamento.

Inclusive, em setembro do ano passado, o presidente Márcio Rogério Dias esteve ao lado dos mandatários de São Paulo, Vasco, Bahia, Inter, Chapecoense, Vila Nova, Luverdense e Brusque, na sede da CBF, para tratar do assunto com o secretário-geral, Walter Feldman.

“Nós precisamos repensar o clube. Estamos conversando com o presidente do conselho (deliberativo), que já mandou um novo estatuto. Estamos junto com juristas especialistas, da própria CBF e da Federação Paulista, analisando esse estatuto”, revelou.

Na esfera política, o projeto do deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) que trata do tema já foi aprovado na Câmara, mas ainda não foi ao Senado, onde tramita outro projeto, este do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

A proposta do parlamentar carioca prevê um pacote de benefícios para os clubes que resolverem adotar a transformação em empresas. Já o plano do senador cita a criação de Sociedades Anônimas do Futebol (Safs), com regras específicas para o mercado do futebol.

“Não podemos competir com o Red Bull em pé de igualdade. (Lá) Há um investimento, tem recurso, tem musculatura, enquanto nós caminhamos para o lado associativo. É importante o torcedor entender o momento que os clubes da Série C e D passam”, finalizou. (Zeca Cardoso)