Excesso de jogos

Thaís Marcolino

O vice-prefeito de Sorocaba, Fernando Martins da Costa Neto, atribuiu as péssimas condições do gramado do Estádio Municipal Walter Ribeiro, o CIC, ao excesso de jogos. Segundo ele, o ideal seria transferir algumas competições para outros espaços, como centros esportivos. A declaração foi dada aos jornalistas André Fasano e Douglas Valle, da rádio Cruzeiro FM 92,3, na quarta-feira (10).

Durante a entrevista, Fernando destacou que a demanda por campos de futebol em Sorocaba é alta, já que diversas categorias — principalmente as de base — utilizam o estádio municipal, o que leva a um uso exagerado do gramado, que precisa de descanso. “Não tem como a gente controlar, a grama é um ser vivo, ela precisa descansar e estamos em um exagero total. O gramado do CIC é bom; se cuidar dele, a recuperação vem rápido, mas é preciso dosar o uso do estádio”, afirma.

O desgaste do gramado ficou evidente na Copa Paulista, principalmente nas últimas rodadas da primeira fase e no mata-mata. Em várias entrevistas concedidas pelos treinadores do São Bento na ocasião — Dyego Coelho e Fabiano Carneiro — no CT Humberto Reale, o assunto foi citado, sempre com incômodo perceptível. Em um dos treinos, os próprios jogadores chegaram a pedir que o Cruzeiro do Sul intercedesse por melhorias, criticando as condições do campo.

Como alternativa ao uso excessivo do CIC, o vice-prefeito acredita ser necessário qualificar os centros esportivos para que, por exemplo, os jogos da base sejam realizados nesses espaços. “Dessa forma, alivia-se a carga do gramado do estádio municipal”, justifica.

Entretanto, caso nada seja feito, Fernando afirmou que não descarta adotar medidas para controlar a utilização do campo, mas não detalhou quais seriam essas providências.

Outras melhorias

Na entrevista, o vice-prefeito de Sorocaba também adiantou outras melhorias previstas para o CIC, como a instalação de um novo placar de LED, com sete metros de comprimento. A inauguração deve ocorrer em cerca de 30 dias, prevendo a fase final da Taça Cidade, o Campeonato de Futebol Varzeano da 1ª Divisão.

Outra intervenção será na iluminação. “Vai ser colocado LED, trocaremos toda a fiação, gerador, então deve ter um grande impacto na iluminação mesmo. Tem muita coisa acontecendo lá”, acrescenta.

SAF

Além de ocupar uma cadeira no Executivo sorocabano, Fernando também foi presidente do São Bento entre 2011 e 2017, período em que a equipe conquistou dois acessos consecutivos até a Série A1 do Campeonato Paulista.

Atualmente, ele é um dos sócios e, em momento oportuno, poderá participar da votação para a instituição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no São Bento. Sobre o assunto, se declarou favorável, mas ressaltou que o desafio está em encontrar um investidor sério, interessado em aplicar recursos e obter retorno. Em sua visão, a imagem do clube é pouco aproveitada, o que se reflete até na baixa venda de camisas.

Ainda conforme Fernando, em gestões anteriores houve momentos em que diretoria e conselho se iludiram com “corretores” ou “aventureiros” dispostos a negociar a qualquer preço. Hoje, no entanto, a avaliação é de que todos estão mais preparados para lidar com o tema, considerado novo e delicado. “Tem de ser anunciado algo quando estiver bem concretizado, até para não causar desgaste e desconfiança nos torcedores”, finaliza.