Promessa do roller freestyle

Quando as rodas de um patins giram em Sorocaba, o som é o do futuro. A cidade, que já saúda a bicampeã mundial Ana Júlia da Silva, 15 anos, a Julika, começa a observar o surgimento de uma nova estrela: Iago Bocardi. O menino, de apenas 11 anos, já coleciona títulos. No começo deste mês, por exemplo, foi campeão do Sul-Americano de Roller Freestyle, em Florianópolis, Santa Catarina. Atual campeão paulista na categoria amador, Iago também participou, em fevereiro, do Winterclash 2025, um dos maiores eventos da categoria, realizado na Holanda.

O pequeno sorocabano começou no esporte por acaso, durante a pandemia de Covid-19. Foi naquela época que ele ganhou um par de patins e, então, passou a frequentar pistas com seu irmão, Pedro, que andava de skate. No entanto, o que teve início como uma brincadeira, uma forma de distração, logo virou coisa séria. Tanto que, no primeiro campeonato que disputou, em Ituverava, São Paulo, ficou com a segunda colocação.

Hoje treinado por Roger Campos, Iago apresenta facilidade para aprender e, ousado, gosta de tentar coisas novas. Para o futuro, Roger tem a expectativa de coisas melhores. “Até aos 15, 16 anos, Iago estará no top 3 do Brasil”, atesta o técnico.

Ainda conforme Roger Machado, a rotina do sorocabano é marcada por treinos intensos e muito foco. Mesmo tão novo, Iago divide o tempo entre os estudos e a paixão pelas manobras radicais. A mãe, Jéssica Bocardi, conta que a família toda apoia e ajuda com os treinos. O seu irmão Pedro, atualmente com 17 anos, cuida de suas redes sociais, por exemplo.

Buscando cada vez mais a excelência no esporte, Iago também treina em São Paulo, pois é lá que estão as maiores e mais modernas pistas do país capazes de colaborar com a evolução do jovem atleta. Iago volta a competir oficialmente em 17 de agosto. Nesta data está previsto o Campeonato Paulista. (Vernihu Oswaldo)

O que é o roller freestyle?

O roller freestyle, também conhecido como patins street, vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo por sua combinação única de técnica, criatividade e liberdade de expressão. A modalidade, que mistura elementos do street, park e vert, permite que os patinadores desenvolvam estilos próprios e criem manobras impressionantes sobre rodas.

De acordo com a Federação Paulista de Esportes sobre Patins (FPEP), o roller freestyle é praticado com patins inline ou quad em diversos ambientes, como ruas, pistas de skate, parques e rampas. Entre as manobras mais comuns estão os grindings, slides, saltos, rotações e até acrobacias aéreas, conhecidas como flips. A liberdade criativa é uma das marcas registradas da modalidade, incentivando os praticantes a explorarem diferentes formas de movimentação e expressão corporal.

As competições também refletem essa versatilidade. Segundo a FPEP, os eventos podem variar desde apresentações individuais em pistas específicas, com tempo determinado para execução das manobras, até disputas que avaliam apenas a melhor manobra ou o uso de um obstáculo específico. A avaliação geralmente considera técnica, estilo, dificuldade e fluidez.

Além do ambiente competitivo, o roller freestyle é amplamente praticado de forma recreativa. Patinadores de todas as idades encontram na modalidade uma forma divertida de se exercitar e interagir com o espaço urbano, transformando escadarias, corrimãos e muretas em palcos de pura criatividade.

A prática, no entanto, exige cuidados com a segurança. O uso de equipamentos de proteção como capacete, joelheiras, cotoveleiras e protetores de punho é altamente recomendado. A FPEP destaca ainda a importância do treinamento progressivo para que os praticantes desenvolvam suas habilidades de forma segura, reduzindo o risco de lesões.

Mais do que um esporte, o roller freestyle se consolida como uma forma de arte sobre rodas, conquistando novos espaços e olhares por onde passa. (Da Redação)