Monumentos estão depredados e sem placas
Além de criminosa, prática agride a memória de Sorocaba e causa prejuízo financeiro
Os apreciadores que visitam os monumentos da cidade de Sorocaba sofrem com a falta de identificação nestes locais. A cidade é repleta de monumentos históricos. Os símbolos estão espalhados por todas as regiões, principalmente, na área central. Porém, todo esse patrimônio tem sido alvo frequente de furtos das placas e vandalismo.
A reportagem do jornal Cruzeiro do Sul visitou alguns desses monumentos históricos e verificou a falta dos itens importantes para a história da cidade.
Um exemplo de monumentos com falta de placas no centro da cidade é na praça do Canhão. O monumento relembra a figura importante do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, sorocabano que foi por duas vezes presidente (governador) da província de São Paulo, criador dos Correios e da Força Pública (atual Polícia Militar de São Paulo). Casou-se em Sorocaba com Domitila de Canto e Mello, a Marquesa de Santos. Quem passa pelo local observa que o monumento está somente com uma das placas, falta informação sobre o homenageado.
Na ponte Francisco Dell’ Osso que se liga à rua 15 de Novembro, a placa que identifica a data de inauguração sumiu, ficando somente a estrutura. A ponte foi inaugurada na década de 50 e é considerada o marco do tropeirismo no Brasil.
A ponte popularmente conhecida como Pinga-Pinga e denominada Daniela Cerávolo Aprá em 2023 em homenagem à publicitária falecida de leucemia também sofreu vandalismo e está danificada e necessita de reparo. Está localizada sobre o rio Sorocaba, entre a rua Pedro Álvares Cabral e a avenida São Bernardo do Campo.
Na Praça Frei Baraúna, um dos pontos históricos mais visitados da cidade, o problema também existe. O monumento foi vandalizado com pichações em quase todo o monumento. O obelisco, inaugurado em 1948, é em homenagem aos pracinhas, soldados brasileiros que participaram da Campanha da Itália (1944-1945) durante a II Guerra Mundial (1939-1945).
Os visitantes também podem observar que as bandeiras necessitam de reposição.
Em outro ponto da cidade, na praça Silvio Soares no bairro Santa Rosália, o monumento de Dom José Carlos Aguirre também perdeu parte de sua história com a falta de placas.
Dom José Carlos de Aguirre foi o primeiro bispo da Diocese de Sorocaba, cargo que ocupou por quase 49 anos. A atuação na área da Educação contribuiu para a instalação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, embrião da Universidade de Sorocaba (Uniso), a Faculdade de Medicina, a Faculdade de Direito de Sorocaba.
Resposta da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba comunicou que enviará uma equipe para verificar esses locais e tomar as providências necessárias.
Segundo a prefeitura, o custo da manutenção dos monumentos depende do dano causado e a exemplo de outros patrimônios e monumentos, a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza patrulhamento diário nos próprios e espaços públicos, em toda a cidade, com vistas à segurança de toda a população e do patrimônio.
Na região central, inclusive há rondas com equipes de guardas em motocicletas. O monitoramento também é feito por meio de câmeras que operam 24 horas e estão espalhadas pela cidade.
A prefeitura informa que a população também pode avisar as autoridades sobre flagrantes: ligar para 153 (GCM) ou 190 (PM). Sendo o responsável identificado, o mesmo responde pelo crime de dano ao patrimônio público.