Com apenas 14 anos, a sorocabana Ana Júlia Silva tem sido motivo de orgulho para a cidade. No final de semana ela conquistou o lugar mais alto do pódio na Copa do Mundo de Patinação, disputada em Montpellier, na França. O feito é inédito. Apesar da idade, a adolescente já participa na categoria profissional e tem mais de 10 títulos no currículo.

“Tudo tem sido um sonho. Não esperava que ia conseguir em tão pouco tempo. Sempre me divirto e continuo me divertindo nos campeonatos”, comentou a patinadora que mora no Parque Laranjeiras. “Quero me profissionalizar cada dia mais. Os patins têm me dado muitas coisas pelo patrocínio, como estudo, academia etc. É maravilhoso”, disse Ana Júlia.

Para erguer o troféu, a patinadora teve mais um feito inédito: ser a primeira mulher a executar a manobra “900”. A habilidade consiste em dar dois giros e meio no ar. Mas para sair com perfeição o movimento não foi tão fácil. A patinadora contou para a reportagem que há três anos que treina a manobra e que não para de praticar outras mais difíceis.

Com o resultado, a adolescente “carimbou passaporte” para o Mundial da Itália, que ocorre em setembro. Mas antes, a atleta tem o Campeonato Paulista para disputar. Dar conta do rotina frenética não é tão simples, mas a “pequena” tem o apoio da família. Sua irmã, Maria Eduarda, 16 anos, também patina e a acompanhou na Copa do Mundo da França não apenas como torcida, mas como participante.

A habilidade de Ana é percebida desde pequenina pelo seu mentor Roger Campos, que tem certeza que vem por aí cada vez mais troféus. “Ela tem uma energia e um brilho muito forte. Não é um susto vê-la conquistar tantas coisas porque acompanhei sua evolução. Estar no fise — maior evento de esportes radicais — é algo inacreditável. É de uma visibilidade e tanto”, disse.

Roger não a acompanha de agora. A menina calçou os primeiros patins no projeto social “Abelhas Inline”, realizado na zona norte de Sorocaba. Hoje são 80 crianças que participam. “Com as vitórias da Ana ela se tornou uma inspiração e ajuda no treinamento. É um verdadeiro braço direito”, afirmou o idealizador do projeto. (Thaís Marcolino)