Esportes
Cinco coisas a destacar sobre o Catar, país organizador da Copa do Mundo
Segundo dados do Banco Mundial de 2021, o país tem 2,9 milhões de habitantes, a maioria estrangeiros
O Catar, país organizador da próxima Copa do Mundo de Futebol (de 20 de novembro a 18 de dezembro), é um riquíssimo emirado gasífero do Golfo, aliado próximo dos Estados Unidos.
- País pequeno, economia gigante -
Pequena península ao sul do Golfo, o Catar é um dos menores países árabes (com 11.571 km²). Segundo dados do Banco Mundial de 2021, tem 2,9 milhões de habitantes, a maioria estrangeiros.
O Catar é um dos maiores produtores de gás natural liquefeito do mundo e tem um dos PIB per capita mais altos do mundo, com 61.276 dólares em 2021, segundo o Banco Mundial.
Durante mais de três anos, de junho de 2017 até a reconciliação oficial, em janeiro de 2021, sua economia foi afetada por um embargo imposto por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito, que acusavam Doha de apoiar grupos extremistas e se aproximar do Irã xiita, principal rival na região de Riade. Doha, que negou estas acusações, se beneficia agora da recuperação econômica pós-covid.
O país se destacou no cenário internacional graças a investimentos em diversos campos, a maioria realizados por seu fundo soberano, a Qatar Investment Authority, um dos mais importantes do mundo.
Sua filial, a Qatar Sports Investments (QSI), é proprietária do Paris SG e do KAS Eupen, time da primeira divisão do futebol belga. Em 10 de outubro passado, anunciou a compra de 21,67% do clube português Sporting Braga.
- Dinastia Al-Thani -
País conservador muçulmano, governado pela família Al-Thani desde meados do século XIX, o Catar recusou-se a se integrar à federação dos Emirados Árabes Unidos em 1971, quando se tornou independente após 55 anos de protetorado britânico.
Em 2004, entrou em vigor a primeira Constituição, embora a família reinante mantenha a maior parte do poder. Adiadas em várias ocasiões, as primeiras eleições legislativas por sufrágio universal direto foram celebradas em outubro de 2021, com um censo eleitoral muito restrito. Não foi eleita nenhuma mulher e um terço dos membros do Parlamento continua sendo nomeado diretamente pelo emir.
O emir atual, Tamim ben Hamad Al-Thani, chegou ao trono em 2013, após a abdicação de seu pai, o xeque Hamad ben Khalifa Al-Thani.
- Al Jazeera e beIN Sports -
Criada no fim de 1996, a emissora de televisão Al Jazeera, que tem mais de 80 escritórios em todo o mundo e transmite em vários idiomas, foi a caixa de ressonância dos movimentos da Primavera Árabe.
Mas seus detratores julgam sua linha editorial muito favorável aos islamitas e inclusive a consideram às vezes uma ferramenta a serviço da diplomacia catarense.
A filial beIN Sports, de propriedade do grupo audiovisual catarense beIN Media, após a cessão de suas redes esportivas por parte da Al Jazeera, começou a transmitir na França em 2012, no que foi sua entrada no mercado internacional. Especializada em entretenimento, a beIN Media adquiriu em 2016 os estúdios americanos Miramax e o pacote de canais turcos via satélite Digiturk.
- Diplomacia do esporte -
Antes da Copa do Mundo de 2022, o país construiu sua visibilidade esportiva graças à organização de várias competições internacionais: os Jogos Asiáticos em 2006, os Jogos Pan-árabes em 2011, a Copa da Ásia de futebol em 2011, o Mundial de Handebol em 2015, o Mundial de Atletismo em 2019.
As organizações de defesa dos direitos humanos criticam frequentemente o Catar pelo tratamento dispensado a seus trabalhadores do setor da construção, vindos da África e da Ásia.
- Aliado dos Estados Unidos -
No começo de 2022, o presidente americano, Joe Biden, fez do Catar o 18º país designado como "aliado maior fora da Otan" dos Estados Unidos. O emirado já abriga a maior base militar americana na região.
O país desempenhou um papel de negociador entre americanos e os talibãs, agora no poder no Afeganistão, e colaborou nas operações de evacuação após a queda de Cabul, em agosto de 2021. (AFP)