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Fórmula 1

Mercedes retira recurso contra corrida que deu o título a Verstappen

17 de Dezembro de 2021 às 00:01
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Hamilton liderou o GP de Abi Dabi até decisão polêmica que suspendeu o safety car na última volta.
Hamilton liderou o GP de Abi Dabi até decisão polêmica que suspendeu o safety car na última volta. (Crédito: GIUSEPPE CACACE / AFP (16/12/2021))

Após alguns dias em silêncio completo inclusive nas redes sociais, a Mercedes reapareceu ontem (16) em um longo comunicado oficial. Nele, a escuderia alemã lamentou de forma veemente os incidentes ocorridos nas voltas finais do GP de Abu Dabi, no último domingo, mas decidiu retirar o recurso contra o resultado da corrida, que fechou a temporada 2021 da Fórmula 1. Isso horas antes da Cerimônia de Premiação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em Paris.

A Mercedes disse que aceita o movimento da FIA em investigar os eventos nos Emirados Árabes Unidos, e por isso sente que a ação não seria mais necessária. A escuderia criticava o modo como o diretor de provas Michael Masi havia selecionado apenas os retardatários entre o inglês Lewis Hamilton e o holandês Max Verstappen, da Red Bull, para descontarem a volta, além de acelerar o processo de relargada.

“Saímos de Abu Dabi em descrença com o que havíamos visto. Claro, é parte do jogo perder uma corrida, mas é diferente quando você perde a fé no esporte. Junto com Lewis, deliberamos cuidadosamente sobre como responder aos eventos. Sempre fomos guiados pelo nosso amor pelo esporte e acreditamos que todas as competições devem ser vencidas por mérito. A corrida do domingo deixou muitos, incluindo nós, sentindo que a forma como as coisas aconteceram não foram justas”, afirmou o comunicado.

A Mercedes alegava que, se Masi tivesse seguido o regulamento à risca, o GP teria acabado com o safety car na pista e Hamilton seria o campeão. A escuderia alemã protestou duas vezes o resultado, mas ambos foram rejeitados pelos comissários, que afirmaram que não houve uma quebra das regras. Eles reconheceram que outro conjunto de normas dava a Masi a autoridade para conduzir o processo de relargada como quisesse.

Após protocolar a intenção de recurso, a Mercedes tinha até ontem para decidir se levaria o caso aos tribunais. Mas com a FIA anunciando na véspera que faria uma investigação sobre os eventos, a Mercedes sentiu que seria melhor focar na melhora do regulamento do que lutar por uma mudança no resultado da corrida do último domingo. Sem deixar de parabenizar Verstappen e a Red Bull pela conquista do título. “Para Max Verstappen e a Red Bull: queremos expressar nosso sincero respeito por suas conquistas nesta temporada. Vocês tornaram essa luta pelo título da Fórmula 1 realmente épica. Max, nós te parabenizamos e parabenizamos toda sua equipe. Mal podemos esperar pela disputa na pista ano que vem”.

A nota oficial termina com um agradecimento ao trabalho de toda a estrutura da Mercedes na temporada, que culminou com a conquista do oitavo título seguido do Mundial de Construtores. “‘Lewis, você é o maior piloto da história da Fórmula 1 pilotou com seu coração cada volta desta temporada incrível. Você é um atleta impecável dentro e fora das pistas, e entregou uma performance impecável. Como um competidor puro e um modelo para milhões ao redor do mundo, nós te celebramos”. A escuderia ainda registrou gratidão ao segundo piloto, Valtteri Bottas, que fez sua última temporada pelo time. 

Wolff e Hamilton não vão ao jantar de gala da FIA

Toto Wolff e Lewis Hamilton boicotaram ontem (16) o jantar de gala na sede da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A indignação na Mercedes ainda é enorme pelo final do GP de Abu Dabi de Fórmula 1 e o diretor executivo da escuderia quebrou o silêncio garantindo que o heptacampeão mundial “foi roubado” na última volta da prova que definiu o título de Max Verstappen.

“Ele tinha a liderança em Abu Dabi desde o início. Venceu a largada e nunca mais perdeu a liderança, e roubá-lo na última volta da corrida é inaceitável. Nunca vou superar isso”, desabafou Wolff, que explicou o motivo de a Mercedes não ir às últimas consequências para reverter o resultado da prova. As alegações eram sobre irregularidades na relargada para a última volta, após o safety car deixar a pista.

A primeira reclamação tinha foco na forma que foi feita a relargada após o safety car ser acionado por conta da batida de Nicholas Latifi, da Williams. Na segunda, a Mercedes alegava que Verstappen teria colocado o carro à frente de Hamilton antes da relargada.

“Decidimos junto com Lewis protestar, lançar o recurso e retirá-lo. Mas você pode imaginar não só para ele, mas também para nós, equipe, como foi terrível ser confrontado com uma decisão que decidiu o resultado do campeonato mundial”, lamentou o dirigente. “Mas nem ele nem nós queríamos ganhar o campeonato mundial no tribunal.” (Da Redação, com Estadão Conteúdo)