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Fórmula 1

Contato de equipes com diretor de provas acabará após polêmica na F1

15 de Dezembro de 2021 às 00:01
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Christian Horner, chefe da Red Bull (foto), travou guerra com Toto Wolff, da Mercedes.
Christian Horner, chefe da Red Bull (foto), travou guerra com Toto Wolff, da Mercedes. (Crédito: GIUSEPPE CACACE / POOL / AFP (4/12/2021))

O ocorrido no GP de Abu Dabi, no último domingo, especialmente nas últimas voltas, que acabou influenciando na disputa do título entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, com vitória do holandês da Red Bull, chamou a atenção dos dirigentes da Fórmula 1. Ross Brawn, diretor-esportivo da categoria, afirmou que deseja evitar o contato direto das equipes com o diretor de provas durante as corridas em 2022.

O britânico explicou que a reação da Mercedes tirou um pouco do brilho da final do campeonato e enfatizou que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) estava sob alta pressão naquele momento. “A decisão na última volta é um destaque que não pode ser superado. Infelizmente, o protesto tira um pouco o brilho desta final”, disse Brawn, em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport.

“Não é aceitável que os chefes das equipes pressionem Michael (Masi, diretor de provas) durante a corrida. Toto Wolff (chefe de equipe da Mercedes) não pode exigir que um safety car não entre na pista, enquanto Christian Horner (chefe da Red Bull) não pode querer que os retardatários voltem atrás. Isso fica a critério do diretor da prova. Vamos interromper esse contato no próximo ano”, acrescentou.

Vale lembrar que a FIA entendeu que, em ambas as situações, não houve equívocos que pudessem gerar mudanças nos resultados. No caso da ultrapassagem em safety car, foi apenas um curto momento e que logo Verstappen devolveu. Sobre o procedimento, ao ter deixado apenas alguns retardatários realinharem na volta do líder, afirmou que Masi tem autoridade para indicar isso.

Na pista, Hamilton era o campeão da temporada 2021 da Fórmula 1 até a última volta, quando Verstappen o superou. Isso só foi possível porque um acidente com o canadense Nicholas Latifi, da Williams, exigiu a entrada do safety car na parte final da corrida. Com a bandeira amarela, o holandês aproveitou para trocar os pneus e voltar com macios, enquanto que o inglês permaneceu na pista, com compostos duros desgastados.

Acontece que a direção de prova tomou uma série de decisões que acabou mudando a história no final. Masi inicialmente informou às equipes que, nas voltas derradeiras, não seria permitido a ultrapassagem. Logo depois, mudou de ideia, para que a corrida tivesse o fim em bandeira verde. Para isso, autorizou apenas os pilotos retardatários que estavam entre Hamilton e Verstappen -- Lando Norris, Fernando Alonso, Esteban Ocon, Charles Leclerc e Sebastian Vettel -- descontassem a volta. Assim, ao liberar a prova, deixou o caminho livre para um embate entre os dos postulantes ao título. 

Prazo para apelação da Mercedes ao ICA termina hoje

Termina hoje (15) o prazo para a Mercedes tornar oficial a apelação ao ICA, que é a corte suprema da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), contestando as decisões tomadas pela entidade, caso deseje que a disputa pelo título da temporada 2021 da Fórmula 1, conquistado nas pistas pelo holandês Max Verstappen, da Red Bull, continue tendo desdobramentos fora deles.

Na noite de domingo (12), após ter rejeitados os dois protestos referentes às voltas finais do GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, a Mercedes confirmou a intenção de apelar oficialmente das decisões da entidade. Para a equipe, que se sagrou campeã do Mundial de Construtores, Verstappen ultrapassou o inglês Lewis Hamilton em safety car que, por sua vez, não teria tido o procedimento correto com retardatários.

A escuderia alemã reclama da forma como foi feita a relargada após a entrada do safety car, acionado devido à batida do canadense Nicholas Latifi, da Williams. A equipe alega que todos os retardatários deveriam ultrapassar o safety car e não apenas os cinco citados pela direção de prova (o inglês Lando Norris, o espanhol Fernando Alonso, o monegasco Charles Leclerc, o francês Esteban Ocon e o alemão Sebastian Vettel).

Segundo a FIA, a intenção de mandar os cinco carros ultrapassarem o safety car foi “remover este carros que pudessem ’interferir’ na disputa entre os líderes”. Além disso, o órgão sustenta que é consenso entre as equipes que sempre deve ser feito um esforço para as corridas terminarem com bandeira verde. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)