Buscar no Cruzeiro

Buscar

Futebol europeu

Ameaçados pela Uefa, remanescentes da Superliga criticam processo disciplinar

Barça, Juve e Real planejam nova investida com criação de um modelo reestruturado do torneio

26 de Maio de 2021 às 15:36
Estadão Conteúdo [email protected]
Andrea Agnelli, um dos principais promotores da Superliga, é presidente da Juventus.
Andrea Agnelli, um dos principais promotores da Superliga, é presidente da Juventus. (Crédito: Marco Bertorello / AFP)

Após o anúncio da Uefa da abertura de um procedimento disciplinar por "potencial violação ao quadro jurídico" contra Barcelona, Juventus e Real Madrid, os três clubes remanescentes da Superliga Europeia planejam uma nova investida com a criação de um modelo reestruturado do torneio, aberto a demais equipes do continente. E nesta quarta-feira, em um comunicado oficial conjunto, criticaram duramente a entidade.

O trio diz ser "incompreensível" a abertura do processo disciplinar, afirma que a medida é um desrespeito aos tribunais de Justiça e volta a defender a Superliga, iniciativa de 12 clubes europeus que visava substituir a Liga dos Campeões da Europa.

O anúncio da abertura do processo disciplinar veio após uma investigação de inspetores do Comitê de Ética e Disciplina da Uefa. No último dia 7, a entidade havia divulgado que os outros nove clubes fundadores da Superliga - os ingleses Manchester City, Manchester United, Tottenham, Chelsea, Liverpool e Arsenal, os italianos Milan e Internazionale e o espanhol Atlético de Madrid - haviam deixado o grupo e seguido uma série de recomendações para evitar punições.

Segundo a Uefa, Barcelona, Juventus e Real Madrid podem ser excluídos de competições organizadas pela entidade, caso não encerrem seus compromissos com a Superliga. Os três times estão classificados à próxima edição da Liga dos Campeões, na temporada 2021-2022. Qualquer decisão do Comitê Disciplinar da Uefa está sujeita a recursos na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). Presidente da entidade máxima do futebol europeu, o esloveno Aleksander Ceferin não escondeu a sua revolta com o projeto e a intenção de punir os responsáveis pela ideia.

"FC Barcelona, Juventus de Turim e Real Madrid CF querem expressar a sua rejeição mais absoluta à insistente coerção que a Uefa tem mantido em relação a três das maiores instituições da história do futebol. Da mesma forma, esta atitude é alarmante em flagrante violação da decisão dos tribunais de justiça, que já pronunciaram claramente advertir a Uefa para se abster de qualquer ação contra os clubes fundadores da Superliga enquanto o processo judicial está em andamento.

Portanto, a abertura de um processo disciplinar pela Uefa é completamente incompreensível e mina diretamente o Estado de direito que nós, cidadãos da União Europeia, construímos democraticamente. Além disso, constitui uma falta de respeito pela autoridade dos próprios tribunais de justiça.

Desde o início, a Superliga tem sido promovida com o objetivo de melhorar a situação do futebol europeu, sempre em diálogo permanente com a Uefa e com o objetivo de continuar a aumentar o interesse por esta modalidade e oferecer aos adeptos o melhor espetáculo possível. Tudo isto, num quadro de sustentabilidade e solidariedade, sobretudo numa situação econômica de máximo risco como a que vive grande parte dos clubes europeus.

No entanto, em vez de estudar como modernizar o futebol em diálogo aberto, a Uefa quer que retiremos os procedimentos legais que, como poderia ser de outra forma, questionam o seu monopólio do futebol europeu. Barça, Juve e Madrid, clubes centenários, não cederão a qualquer tipo de coerção ou pressão intolerável e continuarão a mostrar a sua firme vontade de debater, a partir do diálogo e do respeito, as soluções urgentes que o mundo do futebol hoje exige. Ou modernizamos o futebol ou testemunharemos sua inevitável ruína", informou o comunicado oficial dos três clubes.