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Na elite dos eSports, sorocabano se destaca no jogo Rainbow Six Siege

30 de Abril de 2020 às 00:01

Na elite dos eSports Rotina do player sorocabano especialista em Rainbow Six Siege inclui 10 horas diárias de treino. Crédito da foto: Divulgação

A indústria dos jogos eletrônicos movimenta bilhões de dólares anualmente em todo o mundo. Milhões de pessoas utilizam as plataforma como forma de entretenimento. Mas, para muitos, a diversão se transformou em uma profissão.

O sorocabano Pedro Paulo Dutra, o PzD, como é conhecido no mundo virtual, é um exemplo dessa nova realidade. Em 2014, em busca da profissionalização, iniciou em jogos como Counter Strike e League of Legends. A primeira tentativa, no entanto, não trouxe os resultados esperados.

“Um amigo me indicou o Rainbow Six. Disse que era um jogo feito só para o competitivo. Isso me trouxe para o game, me fez querer dedicar 100% desde a (versão) beta. E foi graças a isso que consegui começar minha trajetória no R6”, explicou.

PzD é um jogador profissional de Rainbow Six Siege. Já venceu o Campeonato Brasileiro e participou de inúmeras competições ao redor do mundo. Ele conta que com o grande crescimento do mercado dos eSports, já é possível conseguir retorno financeiros e viver dos games.

“O mercado de games vem crescendo muito e superando a maioria dos trabalhos mais ‘comuns‘. Mas, tem um porém: você não vai conseguir ser jogador pra sempre, pois, com certa idade, os reflexos já não são mais os mesmos e isso interfere muito”, contou.

Possibilidades

Por conta da profissionalização, outras possibilidades existem dentro do universo gamer, como treinador ou gestor das equipes. Além disso, há as opções de ingressar na carreira de comentarista ou mesmo narrador de partidas, que já são transmitidas ao vivo.

Até mesmo o mercado de jogadores já é algo real. O próprio PzD, atualmente na equipe Black Dragons, já atuou em outros times, que buscam a cada ano reforçar os seus times para os melhores resultados nas competições.

O Cômite Olímpico Internacional (COI) já identificou os eSports como atividade esportiva. Os canais esportivos de TV, em sua grande maioria, trabalham com a cobertura das competições.

A rotina de player, o jogador de profissional dos jogos eletrônicos, é intensa. “Normalmente treinamos mais de 10 horas por dia. Seis horas são dedicadas aos treinos práticos, partida personalizada contra outros times tier 1 (da categoria mais alta), e quatro horas de treinos individual e tático”, revelou.

Pandemia

Apesar dos jogos serem virtuais, a pandemia afetou os eSports também. As equipes possuem gaming houses, que são os seus centros de treinamentos. Alguns jogadores, inclusive vivem nelas, onde treinam diariamente. Porém, nos tempos atuais, os treinos são caseiros.

Cada player está praticando em sua própria casa, já que as competições estão paralisadas. “Depois de cada treino, discutimos e analisamos tudo para se preparar melhor para as partidas. Porém, em casa, já te limita muito mais quanto a tudo”, avaliou

A boa notícia é que o isolamento social pode impactar positivamente nos eSports. “De alguma maneira as empresas dos jogos têm que achar uma forma de intensificar conteúdos pra todo mundo que está em casa ter acesso e se interessar por esse meio dos eSports.”

Como algo novo, a profissão de jogador profissional de jogos eletrônicos ainda carrega certo preconceito junto a uma parte da sociedade. Mas, para PzD, que vive no cenário há seis anos, a antipatia está diminuindo com o tempo.

“Atualmente não tanto, mas antigamente sentia muito, pelo fato das pessoas não terem nem ideia do que era isso. Hoje em dia é bem mais tranquilo e muito mais aceito, pelo fato do crescimento rápido que teve”, finalizou. (Zeca Cardoso)