Ministra e ex-atleta chefia Tóquio-2020
Crédito da foto: Yuichi Yamazaki / Pool / AFP (18/2/2021)
A ministra dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto, foi nomeada ontem (18) a presidente do Comitê Organizador de Tóquio-2020, substituindo Yoshiro Mori, que se demitiu na última sexta após a polêmica criada por suas declarações machistas. “Não vou poupar esforços para o sucesso dos Jogos de Tóquio”, garantiu a ex-atleta, de 56 anos, que já apresentou a demissão do cargo no governo japonês ao primeiro-ministro Yoshihide Suga.
A nomeação de Hashimoto, que competiu três vezes nos Jogos Olímpicos e quatro nos Jogos de Inverno, é considerada um sinal importante em um país em que as mulheres continuam a ser raras em cargos de poder. Ela era também a responsável no governo pela igualdade de gênero desde setembro de 2019.
A história pessoal de Hashimoto tem além disso muitas ligações com os Jogos Olímpicos. Nasceu em Hokkaido, no norte do Japão, cinco dias depois da cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio em 1964. O seu nome Seiko vem de “seika”, que quer dizer “chama olímpica” em japonês. Competiu nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, Barcelona-1992 e Atlanta-1996 em ciclismo de pista, e como patinadora de velocidade no gelo nos Jogos de Inverno de Sarajevo-1984, Calgary-1988, Albertville-1992 -- onde ganhou o bronze nos 1500 metros -- e Lillehammer-1994.
A japonesa substitui no cargo Yoshiro Mori, de 83 anos, forçado a se demitir após ter feito comentários sexistas, afirmando que “as mulheres têm dificuldade em ser concisas”, durante uma reunião do organismo a que presidia. A polêmica gerada pelas declarações de Mori, que o próprio reconheceu “contrárias ao espírito olímpico” em um pedido de desculpas, levou à demissão de centenas de voluntários para os Jogos e causou profundo mal-estar entre os patrocinadores do evento. (Estadão Conteúdo)