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Jogador terá de passar pelo teste do cafezinho

07 de Maio de 2020 às 00:01

Jogador terá de passar pelo teste do cafezinho Guia da CBF também exige avaliação molecular de atletas. Crédito da foto: gremio.com.br

O guia médico da CBF para a volta gradual do futebol após a pandemia do novo coronavírus prevê uma série de atividades bem diferentes da realidade habitual da modalidade. O documento foi entregue ao Ministério da Saúde e agora aguarda aprovação. Se o texto original for mantido, os jogadores vão ter uma rotina bastante modificada com vestiários fechados, medição contínua da temperatura e até teste de olfato, o chamado teste do cafezinho.

Intitulado Guia Médico de sugestões protetivas para o retorno as atividades do futebol brasileiro, o documento tem 27 páginas de normas e orientações. Fora o habitual cuidado de treinos em grupos separados, como já tem sido feito na Europa, o texto prevê uma bateria de testes para detectar a possível contaminação dos jogadores e observação dos sintomas.

Uma das passagens mais curiosas trata de um exame para verificar a possível perda de olfato, que é um dos impactos mais sentidos pelos infectados com a doença. O guia sugere que o jogador que relatar a falta de sensibilidade no cheiro deve passar por um procedimento em que uma porção de café será colocada a cerca de cinco centímetros de distância do rosto dele. Se ainda assim o atleta disser que não sente o cheiro, ele deverá ser encaminhado para um teste molecular mais detalhado.

Em outro trecho do guia, há a sugestão para o que os elencos sejam submetidos a testes imunológicos rápidos, 48 horas antes do início das atividades. Quem apresentar resultado negativo, estará liberado para treinar, porém vai continuar sob vigilância. No caso de quem testar positivo, será preciso permanecer distante dos demais colegas, só podendo voltar a treinar se permanecer sem sintomas durante três dias.

O guia foi elaborado pela Comissão Nacional de Médicos da CBF, juntamente com médicos de clubes e da própria seleção brasileira. O infectologista Sergio Wey, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, é um dos orientadores. A redação final foi de autoria de Roberto Nishimura, ortopedista da Ponte Preta. Também participou do trabalho o diretor médico do Avaí, Luis Fernando Funchal, que foi um dos responsáveis pelo guia de retorno do Campeonato Catarinense.

Clubes acompanham

Alguns clubes têm acompanhado as discussões sobre o material e, inclusive, aplicado parte das recomendações. O Grêmio, por exemplo, higienizou o centro de treinamentos com produtos químicos antes da volta dos jogadores, procedimento recomendado pelo texto da CBF. O guia sugere que os jogadores já se apresentem aos treinos uniformizados e não tomem banho nas dependências do clube.

Para concluir o trabalho de estudo, a CBF entrou em contato na semana passada com uma sociedade médica científica com o objetivo de receber um aval sobre o guia. Os dirigentes pretendem pagar por esse serviço de consultoria para realizar possíveis alterações no texto final com base na indicação de livros e artigos científicos nacionais e internacionais. (Estadão Conteúdo)