Infantino diz que seria 'irresponsável' retomar os torneios

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Gianni Infantino é o presidente da Fifa. Crédito da foto: Attila Kisbenedek / AFP (3/2/2020)

Gianni Infantino é o presidente da Fifa. Crédito da foto: Attila Kisbenedek / AFP (3/2/2020)

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, delineou suas prioridades imediatas para o futebol durante a pandemia do novo coronavírus e também para o período em que o surto da doença for controlado. São elas: a saúde mundial, a disponibilidade da Fifa para ajudar o futebol e o processo de consulta aos envolvidos para o futuro.

Em uma mensagem de vídeo endereçada às 211 federações membros da Fifa e compartilhada com os membros do conselho da entidade máxima do futebol, Infantino afirmou que está pronto para ajudar o futebol nessas circunstâncias excepcionais e que está em andamento um processo de consulta para considerar a evolução futura do futebol. O mandatário voltou a dizer que não há pressa para que os torneios voltem, de modo que a saúde tem de ser a prioridade no momento.

"Não vale a pena comprometer uma vida humana em nenhum jogo, competição ou liga. Todas as pessoas do mundo deveriam ter isso muito claro em suas cabeças. Seria mais do que irresponsável obrigar as competições a retomarem se a situação não for 100% segura. Se tivermos que esperar um pouco mais, precisamos. É melhor esperar um pouco mais do que correr riscos", destacou.

Situação financeira

Infantino garantiu que a situação financeira da entidade é sólida e falou sobre a criação do fundo emergencial. O plano da Fifa é colocar à disposição cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,8 bilhões) das suas reservas e fundos emergenciais com o intuito de proporcionar um auxílio à comunidade do futebol por todo o mundo a fim de superar possíveis perdas causadas pela paralisação de campeonatos.

"(Com relação ao) fundo de ajuda emergencial. Graças ao trabalho que temos realizado juntos na Fifa nos últimos quatro anos, atualmente estamos em uma situação financeira muito sólida", garantiu. "A Fifa tem uma boa reputação nos mercados financeiros ... Isso nos ajudou a construir uma base sólida com reservas significativas. Mas nossas reservas não são o dinheiro da Fifa. Esse dinheiro é dinheiro do futebol. Portanto, quando o futebol está em necessidade, precisamos pensar no que podemos fazer para ajudar... É nossa responsabilidade e nosso dever", continuou Infantino.

O dirigente não deu detalhes sobre a ajuda que a Fifa vai dar nesse momento de crise em razão da paralisação dos torneios provocada pela covid-19. A ideia é preparar a resposta apropriada, que será baseada em um fundo com uma estrutura de governo independente. "Estaremos lá e encontraremos as soluções juntos", disse o suiço-italiano que comanda a Fifa desde 2016. "O mundo saberá para onde vai o dinheiro e, igualmente importante, por que o dinheiro vai para lá".

Uma das medidas que ainda precisa ser aprovada pelo Comitê Executivo é o adiantamento do pagamento de fundos do Programa Forward previstos para o segundo semestre. As federações não precisarão cumprir os critérios específicos relativos a 2019 e 2020 para receber o dinheiro.

Necessidades coletivas

Infantino solicitou que todos que pertencem à comunidade do futebol deixem de lado os interesses individuais e priorizem necessidades coletivas no que diz respeito à discussão dos calendários e também nos contratos de trabalho dos atletas.

"Se o futebol conseguir ter um debate em que todos contribuam positivamente, levando em consideração o interesse global e não o interesse individual, estou convencido de que nosso futuro pode ser melhor que o nosso passado e que estaremos melhor preparados para os próximos tempos".

Embora os processos tradicionais de consulta tenham sido interrompidos devido às restrições de viagem impostas pelo coronavírus, o presidente da Fifa pediu às federações que "trabalhassem com a tecnologia disponível e dialogassem mais".

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"Estou convencido de que o futebol terá um papel essencial para reunir as pessoas quando for seguro jogar de novo e estaremos com nossa família e amigos em grandes grupos", concluiu. (Estadão Conteúdo)