Guerra entre mundos na final da Champions

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Guerra entre mundos na final da Champions

Há muito tempo que o Bayern de Munique, de Robert Lewandowski, espera por este momento, assim como o PSG de Neymar. A final da Champions League, hoje, em Lisboa, às 16h (pelo horário de Brasília), oferece um duelo planetário entre dois candidatos impacientes, com talento e com poucas coisas em comum.

Enquanto o PSG celebrava a semifinal inundando as redes sociais com sua alegria, os bávaro foram direto para o local onde está concentrado, longe da multidão, após a classificação. “Ficamos muito felizes, mas estamos preparando a verdadeira comemoração para a final, se a vencermos”, declarou o atacante Kinsgley Coman.

Entre o PSG, nova potência do futebol que vive uma experiência inédita em seus 50 anos de história, e o Bayern, o clube com postura aristocrática, que se concentra até conseguir o que deseja, há uma guerra de mundos. Do modelo econômico à imagem pública, passando pelo histórico ou pelo gerenciamento da pandemia do coronavírus, os clubes de Paris e de Munique estão em lados opostos em quase todas os assuntos.

O funcionamento do Bayern, que é um exemplo de clube administrado à moda antiga, sem gastar mais do que ganha, esbarra com o do PSG, que tem se beneficiado do enorme investimento de seu proprietário que flerta com os limites do fair play financeiro. Mas, dentro de campo será simplesmente uma partida dos sonhos. “Há sempre muitos gols com estas grandes equipes. Os telespectadores gostam disso”, reconheceu o goleiro do Bayern, Manuel Neuer.

Os números impressionantes do ataque, que marcou mais de quatro gols por jogo, faz do Bayern uma máquina de vencer. O polonês Robert Lewandowski, artilheiro da competição com 15 gols, está fazendo uma temporada (55 gols no total) que o colocaria entre os favoritos à Bola de Ouro, se a pandemia não tivesse forçado o cancelamento da cerimônia de premiação em 2020.

Mas, contra o vencedor de suas últimas 21 partidas e que busca a tríplice coroa depois de ter conquistado a Bundesliga e a Copa da Alemanha, com direito a histórica goleada sobre o Barcelona (8 a 2) nas quartas de final, está um PSG que cresceu na reta final da Champions apesar das lesões e da falta de ritmo devido ao encerramento antecipado da liga francesa em março.

A dupla formada por Kylian Mbappé e Neymar possibilita ao time derrotar qualquer adversário -- mesmo que o favoritismo seja dos alemães. “É claramente o nosso ponto forte”, admitiu o treinador do PSG, Thomas Tuchel, elogiando as habilidades do brasileiro nos dribles e na velocidade do jovem francês, que se complementam.

Em uma fase espetacular neste verão europeu, o astro da seleção brasileira tem a oportunidade de justificar os 222 milhões de euros desembolsados para sua contratação pelo Barça em 2017.

O goleiro costarriquenho Keylor Navas, ausente das semifinais devido a uma lesão na coxa, continua sendo dúvida, conforme o técnico do PSG, Thomas Tuchel. Por outro lado ele garantiu que Marco Verratti, também com problemas físicos nos últimos dias, está disponível para a final.

“Restam 90 minutos, os mais importantes da nossa carreira futebolística e da história do clube”, disse Verratti, ciente de que esse título elevará o PSG a outro nível. (Alexis Hontang - AFP)

PSG X BAYERN

PSG - Navas (Rico); Kehrer, Thiago Silva, Kimpembe e Bernat; Herrera, Marquinhos e Verratti (ou Paredes); Di María, Neymar e Mbappé. Técnico: Thomas Tuchel

Bayern de Munique - Neuer; Kimmich, Boateng (Süle), Alaba e Davies; Goretzka e Thiago; Gnabry, Müller e Perisic (Coman); Lewandowski. Técnico: Hansi Flick

Árbitro - Daniele Orsato (ITA)

Local - Estádio da Luz, em Lisboa

Horário - 16h