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De olho na retomada

30 de Maio de 2020 às 00:01

De olho na retomada Evolução dos trabalhos do elenco seguirá as permissões do Plano São Paulo: treinamentos com contato direto só voltarão na fase 4. Crédito da foto: Divulgação / Magnus Futsal

O Magnus Futsal criou um protocolo estratégico de retomada das atividades esportivas e treinamentos durante o combate ao novo coronavírus. O documento de 51 páginas visa orientar os procedimentos a serem seguidos por atletas e funcionários do time sorocabano e apresenta dados da pandemia e os impactos econômicos da paralisação. Ele é assinado pelo médico da equipe, Dr. Rodrigo Alves Montiel, o presidente Fellipe Drommond e o preparador físico Mauro Sandri.

O protocolo tem como base garantir a “segurança dos jogadores e de suas famílias”; “das equipes técnicas em todos as categorias”; e “de todos os colaboradores que possuam contato com os jogadores e equipe técnica”. De acordo com a publicação, o clube “emprega diretamente 52 pessoas, impactando diretamente mais de 200 pessoas e indiretamente mais de 500 pessoas, considerando todos os prestadores de serviço e colaboradores.”

A paralisação no esporte é total na cidade desde o dia 24 de março, quando foi assinado o decreto de calamidade pública pela prefeita Jaqueline Coutinho (PSL). Os impactos nos cofres do time sorocabano já são de aproximadamente 40% da receita anual. Atualmente, os treinamentos dos atletas do Magnus são realizados de maneira online, com cada jogador em sua casa. A intenção da equipe é que todos voltem para Sorocaba no dia 8 de junho e fiquem em um período de quarentena por 14 dias.

Cumprido o isolamento, será feita a análise da fase em que a cidade está, de acordo com o Plano São Paulo do governo estadual, para iniciar a aplicação do protocolo que conta com cinco etapas. A partir de segunda-feira (1º), os sorocabanos terão algumas atividades flexibilizadas, mas a prática de exercícios físicos coletivos ainda não é permitida -- o que se enquadra no momento 1 do documento, em que os treinamentos seguem de maneira caseira e individual.

No projeto, a etapa 2 se inicia quando as autoridades permitirem treinamentos individuais ao ar livre. As atividades continuariam por videoconferência, mas com os atletas, respeitando o distanciamento social, podendo praticá-las também em um local aberto fora de casa, por exemplo.

Quando os órgãos de saúde permitirem os treinamentos em pequenos grupos ao ar livre, as avaliações de cada funcionário se darão através da medição de temperatura, oximetria (para saber a quantidade de oxigênio transportado na corrente sanguínea) e testes olfativos. Esta é a fase 3, com mudanças significativas. Entre os atletas, não será permitido o contato direto e nem mesmo indireto. Ou seja, cada jogador terá a sua própria estação de trabalho, como cones, coletes e bolas para realizar as atividades, entre outras medidas de segurança.

A fase 4 se enquadra quando os agentes de saúde permitirem as atividades públicas, sem limitação do número de pessoas nos grupos, mantendo as medidas preventivas. A principal alteração é que neste passo já são permitidos os treinamentos com contato direto.

O último estágio é a fase 5, quando todas as atividades passarem a ser realizadas sem restrições pelas autoridades. O documento ressalta que orienta aos atletas e comissão técnica a se manterem em casa fora do período dos treinos.

A documentação demonstra, ainda, as medidas para quando os jogos forem autorizados. O protocolo vislumbra a prevenção ao novo coronavírus nos vestiários, no ginásio, no departamento médico e até em possíveis viagens -- ônibus, aviões e hotéis.

Testes

Diferentemente dos clubes de futebol -- alguns, inclusive, já voltaram às atividades --, o clube sorocabano não irá fazer o teste para Covid-19 em todos os funcionários. A publicação pontua três pontos para a não-realização dos exames: orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e órgãos nacionais de saúde para realizar testes em casos onde os sintomas sejam manifestados; falta de testes no SUS e sistema de saúde privado; além dos atletas estarem em quarentena e sem sintomas.

“Assim, novamente mantendo o compromisso com a sociedade, não iremos realizar testes sem necessidade”, posiciona o documento. Um dos objetivos do protocolo é minimizar a ansiedade dos jogadores e funcionários em relação às medidas adotadas no possível retorno. (Zeca Cardoso)