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Corrida contra o tempo

03 de Janeiro de 2021 às 00:01

Corrida contra o tempo Estrelas do skate, como Yndiara Asp (foto) e Pâmela Rosa, são promessas de medalhas. Crédito da foto: Divulgação / CBSK

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) está preparado para levar de 270 a 300 atletas para os Jogos de Tóquio. A competição foi adiada no ano passado por causa da pandemia de coronavírus e agora está prevista para o período de 23 de julho a 8 de agosto. A estimativa do tamanho do Time Brasil é a mesma que tinha sido apresentada no fim de 2019, mas pode haver oscilações porque algumas modalidades sofreram mais com a paralisação do esporte no mundo todo.

Além do adiamento da Olimpíada, muitos atletas não puderam treinar, centros esportivos foram fechados e competições canceladas. No momento, o Brasil tem 180 vagas garantidas, mas muitas modalidades ainda terão de disputar pré-olímpicos ou qualificatórios para conseguir vaga ou índice. Até por isso, os dirigentes do COB não conseguem cravar o número de atletas na delegação, muito menos estipular uma meta de medalhas.

“Logo no início da pandemia eu não tinha a menor dúvida de que bateríamos o recorde de quantidade de medalhas em Tóquio, pois temos potencial nas novas modalidades, tivemos recorde de pódio no Pan de Lima e a preparação estava redondinha. Com a pandemia, não tenho base para dizer como os atletas estão neste momento e como os atletas adversários estão. A gente está um pouquinho sem parâmetro”, explicou Marco Antonio La Porta, vice-presidente do COB.

Estreantes favoritas

Algumas das novas modalidades do programa olímpico, como skate, surfe e caratê, podem ajudar o Brasil a dar um salto no quadro de medalhas, principalmente as duas primeiras, nas quais o País tem favoritismo. No skate, nomes como Pâmela Rosa, Rayssa Leal, Leticia Bufoni, Kelvin Hoefler, Yndiara Asp, Luizinho Francisco e Pedro Barros têm boas chances. No surfe, os quatro classificados também vão brigar pela medalha.

“Ser campeão mundial novamente e conquistar o ouro olímpico seria o meu sonho máximo possível. Por isso meu foco está no Circuito Mundial de Surfe e nos Jogos de Tóquio. Estou treinando, fisicamente estou bem e até o Japão devo diminuir mais um ou dois quilos para ser melhor naquele tipo de onda. Vai ser um ano muito especial pra mim”, afirmou Gabriel Medina.

No surfe o Brasil já tem os nomes confirmados para os Jogos. No skate, o ranking olímpico ainda está aberto, mas o País deve ocupar a cota máxima de 12 vagas. Outras modalidades como vôlei, vôlei de praia e tae kwon do, entre outras, já definiram classificação para a competição.

Esportes clássicos

Mas para outros esportes, o ano de 2021 será fundamental para carimbar o passaporte olímpico. É o caso da natação e do atletismo, as duas modalidades mais nobres dos Jogos. Em ambas os brasileiros buscam o índice até maio. É o caso do velocista Felipe Bardi, que precisa correr abaixo de 10s04 para confirmar o índice olímpico.

Foi em 2020 que ele fez seu melhor tempo da carreira, na semifinal do Troféu Brasil: 10s11. Agora, a meta é se superar para ir a Tóquio. “Nos 100m podem até três atletas por país, no individual. Tem uns 10 atletas correndo abaixo de 10s30, com chances reais. De 2017 para cá, o 100m evoluiu demais no Brasil. É a prova que mais evoluiu, tanto no masculino quanto no feminino”, diz.

Para viabilizar o treinamento de seus atletas olímpicos em um momento que os casos de Covid-19 voltam a aumentar no País, o COB pretende repetir o esquema que fez no ano passado em Portugal, quando levou diversas modalidades para treinar na Europa. “A tendência é ser em Portugal novamente. Rio Maior tem um ótimo centro de treinamento, mas temos de entender as especificidades das modalidades, pois tem algumas que não são atendidas lá, como a canoagem slalom, que pode ir para a França, ou a esgrima, para a Itália”, revela La Porta. (Estadão Conteúdo)