Varejo voltou ao patamar pré-pandemia, diz IBGE

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Supermercados têm maior peso e não registraram queda. Crédito da foto: Vinicius Fonseca / Arquivo JCS (7/4/2020)

Supermercados têm maior peso e não registraram queda. Crédito da foto: Vinicius Fonseca / Arquivo JCS (7/4/2020)

Passado o choque decorrente da crise despertada pela pandemia do novo coronavírus, as vendas do varejo em junho já retornaram ao patamar de fevereiro, antes do agravamento da disseminação da Covid-19. No entanto, a recuperação ainda não foi homogênea. O avanço está especialmente sustentado pelo segmento de supermercados, que continuou crescendo durante os meses de pandemia.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Como o peso de hipermercados e supermercados é muito grande, acima de 50% (da pesquisa), ele acaba colocando o comércio varejista, no geral, acima do patamar de fevereiro”, justificou Cristiano Santos, analista do IBGE. “O comércio volta ao patamar pré-pandemia por conta de supermercados. Supermercados nunca caíram (abaixo do patamar de fevereiro)”, observou.

Para Cristiano Santos, analista do IBGE, a recuperação do varejo para o patamar pré-crise foi bastante rápida, mas não homogênea, por isso deve ser relativizada, por não ter sido disseminada. “A recuperação não é totalmente distribuída, é concentrada nessas atividades, e muito por conta de uma atividade considerada essencial, que ela não caiu, ela cresceu”, ressaltou.

Já superaram o patamar pré-pandemia os segmentos de material de construção (15,6% acima de fevereiro), móveis e eletrodomésticos (12,9%) e supermercados (8,9%).

Por outro lado, as vendas de veículos ainda estão 24,8% abaixo do patamar pré-pandemia, tecidos estão 45,8% aquém; livros e papelaria, 42,2% abaixo; combustíveis, 15,1% abaixo; equipamentos de informática 10,8% aquém; outros artigos de uso pessoal e doméstico, 5,3% inferior.

O comércio varejista chegou a junho em 0,1% acima do nível de fevereiro, mas o varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, permanece 4,7% aquém da crise da Covid-19. (Daniela Amorim - Estadão Conteúdo)