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Supermercados inovam com compras feitas pela internet

28 de Outubro de 2018 às 07:44

supermercados Clientes compram on-line pelo site e vão buscar os produtos no supermercado, sem pegar fila nos caixas - Foto: Erick Pinheiro

Redes de supermercados, atentas à demanda existente pela internet, oferecem ao consumidor sites com possibilidades de compras on-line. Entre elas estão as redes Extra, Pão de Açúcar e Barbosa. Na avaliação da rede Barbosa, essa é uma tendência que cresce no Brasil e veio para ficar. O sistema que permite escolher os produtos no site da loja e recebê-los em casa, ou fazer o pedido e buscar a compra no supermercado, com todos os itens selecionados. É a própria equipe do supermercado que separa os produtos, coloca em embalagens apropriadas e assegura que as compras cheguem em perfeito estado na casa do cliente -- ou para serem retiradas no supermercado, sem filas.

Para receber a compra em domicílio o cliente paga uma tarifa de separação de produtos no valor de R$ 4,50, mais a taxa de entrega de R$ 9,90, totalizando R$ 14,40. Quando a opção é pela retirada do produto no supermercado, após a compra via internet, o cliente paga apenas a tarifa de separação das mercadorias. O gerente regional dos supermercados Barbosa, Pedro Sérgio Magalhães Caldeira, avalia que os clientes têm recorrido cada vez mais a esta alternativa. “A facilidade de comprar os produtos e recebê-los no conforto do lar ou, no caso de comerciantes, no próprio negócio, tem atraído muitas pessoas”, diz ele.

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No caso do Barbosa, pelo site https://bit.ly/2CPmP5k é possível cadastrar o endereço da casa ou comércio, selecionar os produtos e forma de pagamento e verificar a previsão de entrega ou, no caso de o cliente querer buscar pessoalmente na loja, o prazo em que a compra estará pronta para ser retirada, sem que, para isso, precise enfrentar as filas dos caixas. O sistema funciona como um drive thru: o cliente chega com o carro, pega as compras e sai. “Entendemos que o tempo do cliente é escasso e, por isso, decidimos implantar esse recurso em nossas lojas, visando conforto e comodidade”, enfatiza Caldeira.

Economia

“É o tempo que é a questão, você está pagando pelo tempo que está economizando”, descreve Talita Vieira, que costuma fazer compras on-line no supermercado. “A praticidade é essa: estou pagando para não ter que me deslocar até o supermercado, por um tempo que posso utilizar para fazer outra coisa. Estou pagando pela comodidade.” Talita também avalia outro aspecto da compra via internet: “Eu acho que se você estiver muito atarefado e precisando economizar tempo, eu acho que compensa sim. Se você precisa desse tempo sobrando, eu acho que compensa. Até porque os preços pela internet são iguais ao mercado físico. E na internet também há promoções.”

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Segundo ela, a navegação no site é fácil. Há um carrinho virtual, os produtos são acessados e, à medida em que são escolhidos, surgem as opções de quantidade e peso. Os valores são somados automaticamente e, quando a compra é concluída, o cliente sabe o valor total. E ainda informa o período do dia em que deseja receber a compra em casa, se escolher a entrega em domicílio.

Praticidade e comodidade são principais fatores para comércio de alimentos on-line

supermercados A analista de sistema Talita gasta cerca de 15 minutos para fazer a compra da semana - Foto: Erick Pinheiro

A analista de sistema de gestão Talita Vieira, de 34 anos, mora em uma região do Wanel Ville, zona oeste de Sorocaba, servida por vários supermercados. Mas ela não precisa se deslocar para fazer compras. Da sala do seu apartamento, com o notebook numa mesa, acessa o site do supermercado de sua preferência. Dessa forma, com uma lista previamente elaborada, gasta de 10 a 15 minutos para fazer as compras da semana, o equivalente a no mínimo um quarto do tempo -- uma hora a uma hora e meia -- que gastaria com a ida até uma loja física.

Essa forma de abastecer a casa com alimentos e produtos de higiene e limpeza, entre outros itens, não é uma atitude isolada de pessoas como Talita e outros consumidores que viram na compra pela internet uma saída para economizar tempo e ter comodidade. As compras online já são uma tendência explorada pelas redes de supermercados e em Sorocaba muitos consumidores estão integrados a essa novidade.

Como Talita, a assistente administrativo Carla Mascarenhas, de 33 anos, também usa a internet na compra de produtos de supermercado para a empresa onde trabalha. A diferença é que ela vai buscar no supermercado a compra encomendada, separada e colocada à sua disposição.  Na hora em que Carla chega ao supermercado, encosta o carro e um funcionário do local guarda os produtos no porta-malas. Desse modo, ela economizou o tempo de percorrer os corredores com o carrinho de compras e não precisou acionar a paciência sempre necessária para aguardar o atendimento na fila do caixa. “Isso facilita, é mais rápido, mais ágil”, compara Carla.

Apas

O economista Thiago Berka, da Associação Paulista de Supermercados (Apas), informa que a adesão ao comércio on-line em supermercados pode crescer bastante, principalmente no interior do Estado. Ele calcula que, em 2014, apenas 1% dos consumidores compravam via internet alimentos e bebidas e o valor passou para 2% em 2018. Em termos de faturamento, do total vendido em e-commerce, 2,4% são de alimentos e bebidas: “A internet funciona bastante quando falamos de varejo alimentar para promoções como na Black Friday, onde bebidas performam muito bem e correspondem a boa parte das vendas anuais.”

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Segundo Berka, indicadores demonstram que, na América Latina, apenas 8% dos consumidores frequentam supermercado virtual mas 65% tem interesse. A reportagem perguntou se esse tipo de comércio, que também funciona como concorrência, pode prejudicar o tradicional setor de lojas físicas dos supermercados. O economista respondeu que lojas virtuais irão conviver com as físicas no futuro e no caso do varejo alimentar há uma barreira natural devido ao consumidor que ainda desejará observar e sentir os alimentos e bebidas ao vivo.

Berka acrescenta que o que está ocorrendo é uma convergência em que o online é igual ao físico, ou seja, o conceito de ‘fisital‘ na qual tudo o que se vê online está no físico. Ele também faz a projeção de que é inevitável que haja perda de faturamento das lojas físicas que ainda vão liderar com 75% das vendas no total até 2025, porém sairão dos mais de 90% que detêm hoje.

 

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